Dou as ultimas cachimbadas, ... coço a barba de cinco dias ...
A cadeira balouça á orla do horizonte, ...
Anoitece ...
Aguardo a chegada do novo intruso ...
Um chá verde dos Açores que fumega, umas bolachas de canela com leve aroma a gengibre, ... beberico uma golada, ...
Arrepanho a manta de retalhos, que me aquece as pernas ...
... já o ouço ao longe ... ele aí vem! ... mais uma baforada.
"Adeus! Até nunca mais!" diz-me o parceiro, levantando-se, e desprotegendo o rei ...
"Xeque-mate!" num aperto de mão cansado.
"Foi um bom desafio. Alguma luta, sofrimento, recuos e alegrias. O próximo que virá, será um bom partido!" fechando a porta atrás de si, surrateiro ...
Carrego o cachimbo que já se apagou, ... calmamente, que não há pressa.
Antevejo, que o próximo, não será fácil ...
Recoloco as peças no tabuleiro, ... acendo o cachimbo, ... estou pronto!
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Unique!
A noite chegou, e o afoito também: o preparar da janta, o pôr da mesa, o atiçar do lume, o pôr a converseta em dia, o preparar dos últimos doces, o abrir da "pinga da boa", o pôr a brincadeira no dia certo, ... o alarido da véspera de Natal.
E há momentos e momentos ... o abrir dos presentes. É claro que só os filhotes participam, mas mesmo assim é uma alegria de um momento que se expande por dias e dias. Compensa tudo!
A reacção do grandão, foi o momento para todos, em que sorrimos e rimos, e aquecemos os nossos corações; especialmente a sua estupefacção, ao rasgar do papel de lustro, e o momento que abriu toda a sua boca em espanto, com o queixo totalmente caído, e arregalando os olhos, ... apeteceu-me dizer: "unique!" só para enfadar, ... mas salvei o momento para mim.
E há momentos e momentos ... o abrir dos presentes. É claro que só os filhotes participam, mas mesmo assim é uma alegria de um momento que se expande por dias e dias. Compensa tudo!
A reacção do grandão, foi o momento para todos, em que sorrimos e rimos, e aquecemos os nossos corações; especialmente a sua estupefacção, ao rasgar do papel de lustro, e o momento que abriu toda a sua boca em espanto, com o queixo totalmente caído, e arregalando os olhos, ... apeteceu-me dizer: "unique!" só para enfadar, ... mas salvei o momento para mim.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Sentir, o que sentem
O grandão adoeceu, ... quem corre, salta e ginga, ... de repente pára.
... ficamos de rastos, e arrasados, sem saber o que fazer, supondo o que nos vem á cabeça ... chorando, olhando-nos no olhar, ao menino que resta, indefeso.
Sentimos o que passa na alma de amigos, que não conseguem socorrer uma maleita que seja, aos seus rebentos.
Contudo estamos, esperamos e cuidamos, com caldos, mezinhas e mimos ... e ao final, depois da tempestade, a bonança, o riso, o salto, o abraço, o beijo, o sorriso ... compensa.
... ficamos de rastos, e arrasados, sem saber o que fazer, supondo o que nos vem á cabeça ... chorando, olhando-nos no olhar, ao menino que resta, indefeso.
Sentimos o que passa na alma de amigos, que não conseguem socorrer uma maleita que seja, aos seus rebentos.
Contudo estamos, esperamos e cuidamos, com caldos, mezinhas e mimos ... e ao final, depois da tempestade, a bonança, o riso, o salto, o abraço, o beijo, o sorriso ... compensa.
Carta ao Menino Jesus ...
Do Canto de Cá
Véspera de Natal
Caro Menino Jesus!
Espero que te encontres de saúde.
A esta hora, á última é claro, venho pedir-te que encaminhes este meu desejo.
Não que eu seja um pedinchas, e nem sequer exijo que trabalhes em demasia; mas certamente conseguirás encontrar um cantinho para transportar nessa tua grande compreensão, que puxas pelo manto celestial nessa bela noite da véspera de Natal.
É claro que a boa vontade, a ternura e a bondade, de mãos dadas com o consumismo e a hipocrisia, que se esbanja na abundância das vitrinas, nos acompanha nesta época, e rápido se esquecerá; mas para este ano, contudo ... queria que me encaminhasses somente este presente, para que colocado em cada coração, prevaleça: um abraço, ... aos amigos que nos ajudam, aos filhos dos amigos que brincam, aos nossos pais que nos adoram, aos nossos avós que nos mimam, aos nossos primos, tios e familiares que nos saúdam, aos nossos irmãos que nos amparam, aos filhotes que crescem, à esposa que adoro, ... e não me quero esquecer também dos desamparados, dos tristes, dos sem abrigo, dos doentes, dos solitários, ... de todos sem excepção, porque, ... e acho que concordas comigo, todos merecem um abraço no Natal, que é quando o homem quiser, mas por mim continua a ser todos os dias.
Espero que o deixes a todos, ... em caixa pequena de cor de agradecimento, e com laço de amor ...
Sei que não te poderei pagar tamanha tarefa, ... mas obrigado.
Um abraço do Canto de Cá ...
Véspera de Natal
Caro Menino Jesus!
Espero que te encontres de saúde.
A esta hora, á última é claro, venho pedir-te que encaminhes este meu desejo.
Não que eu seja um pedinchas, e nem sequer exijo que trabalhes em demasia; mas certamente conseguirás encontrar um cantinho para transportar nessa tua grande compreensão, que puxas pelo manto celestial nessa bela noite da véspera de Natal.
É claro que a boa vontade, a ternura e a bondade, de mãos dadas com o consumismo e a hipocrisia, que se esbanja na abundância das vitrinas, nos acompanha nesta época, e rápido se esquecerá; mas para este ano, contudo ... queria que me encaminhasses somente este presente, para que colocado em cada coração, prevaleça: um abraço, ... aos amigos que nos ajudam, aos filhos dos amigos que brincam, aos nossos pais que nos adoram, aos nossos avós que nos mimam, aos nossos primos, tios e familiares que nos saúdam, aos nossos irmãos que nos amparam, aos filhotes que crescem, à esposa que adoro, ... e não me quero esquecer também dos desamparados, dos tristes, dos sem abrigo, dos doentes, dos solitários, ... de todos sem excepção, porque, ... e acho que concordas comigo, todos merecem um abraço no Natal, que é quando o homem quiser, mas por mim continua a ser todos os dias.
Espero que o deixes a todos, ... em caixa pequena de cor de agradecimento, e com laço de amor ...
Sei que não te poderei pagar tamanha tarefa, ... mas obrigado.
Um abraço do Canto de Cá ...
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Passeio de ... Natal
Não sei quem estaria mais ansioso: se nós, se ele. Nós, pela primeira vez, que iria numa aventura, sem acompanhamento parental; ele ... talvez pela primeira vez, de ir em grupo com a escolinha, até á dita cidade do Pai Natal.
Enterrado no seu travesseiro, a alvorada soou, e a predisposição de acordar manteve-se, ... ; tivemos que puxar um pouco pela imaginação, para o relembrar da visita de estudo (lúdica). A filhota e a mãe, ajudaram-me a espevitá-lo, e a deixar definitivamente o sono na cama ... Lavado, vestido, repasto tomado e agasalhado de quentinho, seguiu para aguardar pela boleia ... mostrei ser forte, mantendo a alegria matinal, até chegar ao Jardim de Infância, ... o "carro grande" aguardava junto ao passeio do largo da Junta.
Deu-me a mão, e descemos a pé a calçada, com o vapor da nossa expiração, ... mantinha-se um pequeno rebuliço junto á entrada do Jardim, ... pais que se despediam, educadores que enfiavam barretes de Natal identificados com a escola, miúdos que se riam ansiosos, ... um formigueiro em alvoroço. Ele chegou crédulo, e ... deixou-me ali estagnado á entrada, misturou-se entre os miúdos, ... "tchau! Diverte-te!" gesticulando um adeus solitário ... penso que não reparou; já estava diluído, no meio de outros pequenos barretes. Hoje não dava a habitual beijoca, ladeado do característico abraço. Saí um pouco tristonho ...
Ao sair, um homem de pequena estatura, calvo de coroa como um dominicano, de camisola cinza rato em bico, colarinho branco, gravata azul astral, sapato preto engraxado, calça de fazenda, barba desfeita do dia, abeirou-se de mim educado e profissionalmente: " Desculpe! É para sair daqui?" Percebi o que dizia, frisando o olho de dúvida ... "O Passeio? É sim!" acenei ... "É que há mais Marias na terra!" afirmou rindo-se de alívio.
...
Fui buscá-lo, após contacto dos educadores ... vinha sossegado, como se nada se tivesse passado, esbanjando a bonança. "... e então gostaste?" tentei arrancar-lhe, para desbloquear a minha ansiedade, ... "Sim!" num tom pouco indiferente.
Puxando aos poucos a meada, lá foi desenrolando, mas só no essencial e objectivamente ... resumia-se mais a "vi bolinhas de neve, ... vi o Pai Natal ... vi duendes que punham cabeças a duendes" ... espera lá; ... eu já acreditava em tudo de mais mirabolante em festas, festejos e festividades, desde que vi "Nightmare before Christmas", apesar de um pouco macabro, mórbido, fantástico e brilhante ... mas isto de trocar cabeças na aldeia do Natal ... só aquelas criaturinhas.
O pessoal já não deve ter é cabeça, para esta ocasião, com tantos pedidos que atravessam esta crise, e então levam á letra a expressão de "quem me dera trocar de cabeça".
Enterrado no seu travesseiro, a alvorada soou, e a predisposição de acordar manteve-se, ... ; tivemos que puxar um pouco pela imaginação, para o relembrar da visita de estudo (lúdica). A filhota e a mãe, ajudaram-me a espevitá-lo, e a deixar definitivamente o sono na cama ... Lavado, vestido, repasto tomado e agasalhado de quentinho, seguiu para aguardar pela boleia ... mostrei ser forte, mantendo a alegria matinal, até chegar ao Jardim de Infância, ... o "carro grande" aguardava junto ao passeio do largo da Junta.
Deu-me a mão, e descemos a pé a calçada, com o vapor da nossa expiração, ... mantinha-se um pequeno rebuliço junto á entrada do Jardim, ... pais que se despediam, educadores que enfiavam barretes de Natal identificados com a escola, miúdos que se riam ansiosos, ... um formigueiro em alvoroço. Ele chegou crédulo, e ... deixou-me ali estagnado á entrada, misturou-se entre os miúdos, ... "tchau! Diverte-te!" gesticulando um adeus solitário ... penso que não reparou; já estava diluído, no meio de outros pequenos barretes. Hoje não dava a habitual beijoca, ladeado do característico abraço. Saí um pouco tristonho ...
Ao sair, um homem de pequena estatura, calvo de coroa como um dominicano, de camisola cinza rato em bico, colarinho branco, gravata azul astral, sapato preto engraxado, calça de fazenda, barba desfeita do dia, abeirou-se de mim educado e profissionalmente: " Desculpe! É para sair daqui?" Percebi o que dizia, frisando o olho de dúvida ... "O Passeio? É sim!" acenei ... "É que há mais Marias na terra!" afirmou rindo-se de alívio.
...
Fui buscá-lo, após contacto dos educadores ... vinha sossegado, como se nada se tivesse passado, esbanjando a bonança. "... e então gostaste?" tentei arrancar-lhe, para desbloquear a minha ansiedade, ... "Sim!" num tom pouco indiferente.
Puxando aos poucos a meada, lá foi desenrolando, mas só no essencial e objectivamente ... resumia-se mais a "vi bolinhas de neve, ... vi o Pai Natal ... vi duendes que punham cabeças a duendes" ... espera lá; ... eu já acreditava em tudo de mais mirabolante em festas, festejos e festividades, desde que vi "Nightmare before Christmas", apesar de um pouco macabro, mórbido, fantástico e brilhante ... mas isto de trocar cabeças na aldeia do Natal ... só aquelas criaturinhas.
O pessoal já não deve ter é cabeça, para esta ocasião, com tantos pedidos que atravessam esta crise, e então levam á letra a expressão de "quem me dera trocar de cabeça".
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
O Sapateiro Mudo ...
Subi as pequenas escadas inclinadas em esquadria, que embocavam numa pequena porta verde em pinho ressequido, da oficina. Empurrei a porta, calçada com uma pedra polida do rio, e rangeu, … o mestre, figurava sentado, levando á dança uma agulha e um fio-do-norte, no remate de uma ponta descosida … aproximei-me dele. Pôs o seu trabalho de lado, e levantou-se, de pronto a receber-me, com a ajuda dos braços, exercendo a força sobre os joelhos. O cardado das mãos, contrastava com o seu sereno ar... Saudei-o, gesticulando um acenar aéreo de "bom dia!"; contudo apertei-lhe a mão;... Movimentou os lábios, olhando-me, num surdino "b-o-m d-i-a!"
Voltou á banca, puxando um pesado avental de cabedal manufacturado de acastanhado, que dormia no chão nu da laje, junto a alguns pares de caminhadas de vida por arranjar, de modo a endireita-los e a encaminha-los... ajeitou o quico!
“Tenho estes, … precisam de um arranjo; duma … não sei … talvez … ” balbuciei mostrando o par …
Agarrou-o com suavidade, … vistoriou-o … “Humpfff! D-e q-u-e-m s-ã-o?” enquanto os manuseava …
“São da moça da aldeia vizinha, e que estuda na cidade!” informei …
Coçou o queixo, … “E-l-a g-o-s-t-a d-e t-i?” indagou …
Um pouco surpreso, respondi “Ela ama-me!” …
Olhou com precisão para a forma, … “N-ã-o h-á m-u-i-t-o m-a-i-s a f-a-z-e-r! … Humpfff! … O p-a-r e-s-t-á m-u-i-t-o b-e-m! … F-o-i f-e-i-t-o c-o-m m-e-s-t-r-i-a, f-é, d-o-r, d-e-d-i-c-a-ç-ã-o, … e s-o-b-r-e-t-u-d-o, c-o-m m-u-i-t-o a-m-o-r! Humpfff!” disse-me na sua paz …
“Mas isto não precisa de arranjo?” mostrando-lhe o que julgava ser o defeito, … “Humpfff! … I-s-t-o s-ó p-r-e-c-i-s-a d-u-m p-a-s-s-a-r d-e d-e-d-o p-e-l-o s-e-u c-a-b-e-l-o; o-u a-t-é d-e u-m o-l-h-a-r d-e-d-i-c-a-d-o; o-u d-e u-m a-c-o-n-c-h-e-g-o n-e-s-t-a-s n-o-i-t-e-s f-r-i-a-s; o-u d-e u-m a-b-r-a-ç-o i-m-p-r-e-v-i-s-í-v-e-l !” embrulhando o par, carinhosamente em folhas de papel de jornal …
A conversa, não iria render mais … peguei no embrulho, … acomodei-o debaixo do braço … ele voltou, com o seu ar taciturno, e de parcial surdez, a pegar no fio-do-norte enfiado na agulha … picou, puxou, encarreirou a vida … vezes e vezes sem conta …
“Quanto é? “ metendo a mão ao bolso, tilintando entre anseios, e desejos de uma vida …
“Humpfff! N-a-d-a !” no seu gaguejo de mudez natural, acenando silenciosamente a minha saída … volvi ás escadas, deixando para trás uma pequena oficina, de pouca luz, servida com a sua pequena janela minúscula, a sua pilha de formas enumeradas, peles de tom outonal, pares polidos, e o tic-tac que ruidosamente me despedia …
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Que se passa ...quando passa?
Que se passa com este tempo?
Não entendo ... nada me ocorre. Nem chuva, nem sol ...
Ao longe, estendo a mão, vejo a barra que clareia ...
O farol mostra a esperança, ... vou entrar, que a chuva começa a carapinhar. Talvez algo me surja, junto á salamandra ....
... quando passa, esta azafama de "não sei quê"? Quando passa?
Não entendo ... nada me ocorre. Nem chuva, nem sol ...
Ao longe, estendo a mão, vejo a barra que clareia ...
O farol mostra a esperança, ... vou entrar, que a chuva começa a carapinhar. Talvez algo me surja, junto á salamandra ....
... quando passa, esta azafama de "não sei quê"? Quando passa?
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Fim de semana BP
"Escreveste algo sobre o fim de semana que passamos, pai?" indagou a filha num daqueles pequeno almoços rápidos a despachar, antes-de-ir-para-a-escola-e-trabalho.
Realmente, as obrigações de pai, marido e funcionário, encostaram á borda e na totalidade, as experiências daquele fim de semana.
"Prometo que vou falar" disse, ... e aqui está.
Tudo se passou nos meados do findo mês.
Uma semana antes, reunimo-nos, na sede, numa das alcateias ..., dirigentes, pais, ...
A apresentação das actividades, novas adaptações e orientações pedagógicas, e um primeiro desafio: acampamento acompanhado dos pais.
"Nós vamos!" em representação do agregado familiar ...
O fim de semana apareceu, e com ele uma precipitada semana diluviana, ... "Altera-se para um acantonamento!" foi a sugestão dada via sms pelos chefes.
Mochila de campismo da filhota preparada, e mais sacos-cama, colchonetes, pratos, talheres, toalhas, pijamas, fatos treino, ... em versão multipla de três.
Voltou o espírito aventureiro ... trouxa ás costas, isto é, na carripana, e ... destino "logo se vê onde vamos parar".
Cheguei um pouco mais tarde com o grandão, a viatura, o material de campismo, ... a esposa participa num "rally-paper" ou "peddy-paper", com a filhota, de modo a saborear um pouco o trabalho de equipa em orientação ...
Depois das equipas reunidas, gritos de guerra treinados, e apresentação na formatura, seguimos para a base do acantonamento, ... e espojamo-nos a um canto. Tarefas divididas, equipas de jantar escolhidas, começam a confeccionar uma rápida refeição quentinha: o tradicional arroz branco, a bela da fêvera assada, a salada temperada, ... o desenrascado.
Barriguinha cheia, tarefas cumpridas, ... acalmar que vem aí o "fogo de conselho": alguns jogos divertidos, algumas músicas de fileira, ... a galhofa em que todos participam, e em que as diversas idades revelam a sua parte artística e cultural: confraternizar.
O sono chega; o grandão começa a aninhar-se; a filhota partilha um canto com uma colega; nós esticamos a tralha e pernoitamos. Assisto ao momento exacto em que o grandão sucumbe ao sono, ... maravilhoso.
A noite passa ... e clareia ... o dia chega. O som estridente do apito madrugador, desperta todo o acantonamento. Acordar, levantar, movimentar, ... e recolher a tralha dispersa.
Limpo o sítio da estadia, e viaturas recarregadas, uma surpresa para o grupo de chefes, pais e filhotes: futebol humano. Quedas, risos, golos, galhofas, ... um bom terminar de actividade.
Para o final, antes das despedidas "do até para a semana", uma roda sentada, e o falar ... um a um ... um diagnóstico, uma opinião: "um fim de semana em pleno com a família, numa actividade diferente; além de já ter vivido o espírito de Baden-Powell, juntamente com alguns chefes e pais, aqui presentes..."
Realmente, as obrigações de pai, marido e funcionário, encostaram á borda e na totalidade, as experiências daquele fim de semana.
"Prometo que vou falar" disse, ... e aqui está.
Tudo se passou nos meados do findo mês.
Uma semana antes, reunimo-nos, na sede, numa das alcateias ..., dirigentes, pais, ...
A apresentação das actividades, novas adaptações e orientações pedagógicas, e um primeiro desafio: acampamento acompanhado dos pais.
"Nós vamos!" em representação do agregado familiar ...
O fim de semana apareceu, e com ele uma precipitada semana diluviana, ... "Altera-se para um acantonamento!" foi a sugestão dada via sms pelos chefes.
Mochila de campismo da filhota preparada, e mais sacos-cama, colchonetes, pratos, talheres, toalhas, pijamas, fatos treino, ... em versão multipla de três.
Voltou o espírito aventureiro ... trouxa ás costas, isto é, na carripana, e ... destino "logo se vê onde vamos parar".
Cheguei um pouco mais tarde com o grandão, a viatura, o material de campismo, ... a esposa participa num "rally-paper" ou "peddy-paper", com a filhota, de modo a saborear um pouco o trabalho de equipa em orientação ...
Depois das equipas reunidas, gritos de guerra treinados, e apresentação na formatura, seguimos para a base do acantonamento, ... e espojamo-nos a um canto. Tarefas divididas, equipas de jantar escolhidas, começam a confeccionar uma rápida refeição quentinha: o tradicional arroz branco, a bela da fêvera assada, a salada temperada, ... o desenrascado.
Barriguinha cheia, tarefas cumpridas, ... acalmar que vem aí o "fogo de conselho": alguns jogos divertidos, algumas músicas de fileira, ... a galhofa em que todos participam, e em que as diversas idades revelam a sua parte artística e cultural: confraternizar.
O sono chega; o grandão começa a aninhar-se; a filhota partilha um canto com uma colega; nós esticamos a tralha e pernoitamos. Assisto ao momento exacto em que o grandão sucumbe ao sono, ... maravilhoso.
A noite passa ... e clareia ... o dia chega. O som estridente do apito madrugador, desperta todo o acantonamento. Acordar, levantar, movimentar, ... e recolher a tralha dispersa.
Limpo o sítio da estadia, e viaturas recarregadas, uma surpresa para o grupo de chefes, pais e filhotes: futebol humano. Quedas, risos, golos, galhofas, ... um bom terminar de actividade.
Para o final, antes das despedidas "do até para a semana", uma roda sentada, e o falar ... um a um ... um diagnóstico, uma opinião: "um fim de semana em pleno com a família, numa actividade diferente; além de já ter vivido o espírito de Baden-Powell, juntamente com alguns chefes e pais, aqui presentes..."
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Nascer ... sair da barriga
Explícito no SMS: "Já temos mais uma menina ..." dactilografada pelos amigos
"Parabéns amigos! Espero que tenha sido um momento fantástico para vocês!" retribui ...
...
Comentei aos filhotes, ... "A menina nasceu; a mana do amiguinho!" a filhota cheia de jubilo, demonstrava a sua alegria; o grandão, não percebendo, coçava o cabelo, olhava para nós: ... nascer ...
"Já vais poder brincar com ela!" disse-lhe com alguma simplicidade, de não querer complicar, no momento, o entendimento da palavra; um sentido mais lato; muito mais "nada ter a ver com o assunto"; espalhar bem a coisa...
"Saiu da barriga dela?" surpreendeu-me na sua inocência, como sempre de bom entendedor ...
"Isso mesmo!" confirmei ...
" Ehhhhhhhhh!" rejubilou juntando-se á irmã ...
Parabéns meninos!
"Parabéns amigos! Espero que tenha sido um momento fantástico para vocês!" retribui ...
...
Comentei aos filhotes, ... "A menina nasceu; a mana do amiguinho!" a filhota cheia de jubilo, demonstrava a sua alegria; o grandão, não percebendo, coçava o cabelo, olhava para nós: ... nascer ...
"Já vais poder brincar com ela!" disse-lhe com alguma simplicidade, de não querer complicar, no momento, o entendimento da palavra; um sentido mais lato; muito mais "nada ter a ver com o assunto"; espalhar bem a coisa...
"Saiu da barriga dela?" surpreendeu-me na sua inocência, como sempre de bom entendedor ...
"Isso mesmo!" confirmei ...
" Ehhhhhhhhh!" rejubilou juntando-se á irmã ...
Parabéns meninos!
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Sol de pouca dura
Iniciado um ano lectivo, novinho em folha, no génesis da vida de estudante, o grandão surpreendeu-nos:
Cheio de força, novas amizades no horizonte, amigos das cambalhotas de verão, vizinhos dos avós maternos, a sede de aprender tudo e mais alguma coisa que lhe aparecesse á frente, ... concluíndo, o pôr o pé num Jardim de Infância, e ligar o "turbo boost", sem deixar nada para trás.
...
"Pai! Não quero ir á escola!" ... a bomba foi largada, ... detonou, ... e não houve maneira de ficar indiferente.
O que fazer nestas ocasiões? Ouvir, questionar, ... lançar um ar pedagógico ao problema, ...
Confortámos ... recebeu todo o mimo vestindo o bibe, chorou um pouco e ficou na escola, junto da assistente ...
Doi um pouco o coração, e especialmente o meu que é de manteiga com pouco sal e com ervas aromáticas, ver um filho com um choro sentido, ... aguento por dentro, sem mostrar a minha tristeza e pena.
"Hoje chora, amanhã ri" a vida é mesmo assim ...
Cheio de força, novas amizades no horizonte, amigos das cambalhotas de verão, vizinhos dos avós maternos, a sede de aprender tudo e mais alguma coisa que lhe aparecesse á frente, ... concluíndo, o pôr o pé num Jardim de Infância, e ligar o "turbo boost", sem deixar nada para trás.
...
"Pai! Não quero ir á escola!" ... a bomba foi largada, ... detonou, ... e não houve maneira de ficar indiferente.
O que fazer nestas ocasiões? Ouvir, questionar, ... lançar um ar pedagógico ao problema, ...
Confortámos ... recebeu todo o mimo vestindo o bibe, chorou um pouco e ficou na escola, junto da assistente ...
Doi um pouco o coração, e especialmente o meu que é de manteiga com pouco sal e com ervas aromáticas, ver um filho com um choro sentido, ... aguento por dentro, sem mostrar a minha tristeza e pena.
"Hoje chora, amanhã ri" a vida é mesmo assim ...
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Matinalmente correcto
Eu sei que há dificuldade em tirar o coirão da cama, logo que o despertador berra desalmadamente, no seu posto madrugador.
A visão, ao confrontar-me com o espelho, é que na sua essência me ajuda a acordar.
Encho as duas palmas das mãos, bem cheias de água fria, e lanço-as á face ... faz-me recordar a rotina do avô Telo: ir á pia das vacas, molhar a face com dois dedos de água bem sacudidos, e seguir para a lavoura.
O acordar é instantâneo... mas no entanto algo não está no sítio.
Barba de quatro dias, reservo-a para Domingo antes da missa.
Uma inspecção corporal, ... tudo no sítio...
É a gadelha!
Não a consigo dominar; não sou rapaz de utilizar gel e afins, de modo a dominar e perfeccionar o penteado, com linha bleu. Sou mais tipo felino, molhar para controlar a rebeldia momentânea. Rego bem regado a tufa com água, e com as mãos, ajeito os fora do sítio; mesmo assim, surge sempre algum posto emissor pirata, com a sua antena de transmissão, lá bem no alto, que dificilmente consigo abafar.
Hoje é o dia! A confragem do travesseiro, deixou á solta a rebeldia; e cá estou eu com uma bela antena FM, enpiriquitada. "Tens o cabelo do avô, grosso e forte" diz o pai... a verdade é esta: tenho que ir ao barbeiro...
A visão, ao confrontar-me com o espelho, é que na sua essência me ajuda a acordar.
Encho as duas palmas das mãos, bem cheias de água fria, e lanço-as á face ... faz-me recordar a rotina do avô Telo: ir á pia das vacas, molhar a face com dois dedos de água bem sacudidos, e seguir para a lavoura.
O acordar é instantâneo... mas no entanto algo não está no sítio.
Barba de quatro dias, reservo-a para Domingo antes da missa.
Uma inspecção corporal, ... tudo no sítio...
É a gadelha!
Não a consigo dominar; não sou rapaz de utilizar gel e afins, de modo a dominar e perfeccionar o penteado, com linha bleu. Sou mais tipo felino, molhar para controlar a rebeldia momentânea. Rego bem regado a tufa com água, e com as mãos, ajeito os fora do sítio; mesmo assim, surge sempre algum posto emissor pirata, com a sua antena de transmissão, lá bem no alto, que dificilmente consigo abafar.
Hoje é o dia! A confragem do travesseiro, deixou á solta a rebeldia; e cá estou eu com uma bela antena FM, enpiriquitada. "Tens o cabelo do avô, grosso e forte" diz o pai... a verdade é esta: tenho que ir ao barbeiro...
domingo, 19 de setembro de 2010
Uma caixa
Peguei numa pequena caixa, verdejantemente quadrada, com uma tampa doce de marron achocolatado; ...
abri a gaveta do pecegé, ... um pequeno sol, um punhado de brisa fresca e um coração, ... acondicionei cada um sobre o fundo de veludo vermelho, ... peguei na chave, rodei no sentido inverso aos ponteiros do relógio, e senti o bombear e pulsar do pequeno coração, ... fechei e reservei.
Calcei as galochas, vesti o sobretudo, ... "Espera-me, que eu também vou!" disse a esposa, que acabara de acondicionar e cintar o seu longo casaco preto ... peguei na caixa, e saímos á rua: a chuva caía. Respirei fundo, abri o chapéu de chuva, protegendo a esposa e a caixa, aliás as caixas... "Levo uma Gerebere laranja, um beijo quente, e um mimo!" segurando entre as duas mãos a caixa rosa salmonada, com tampa laranja citrino, ...
A escarduçada era forte, e molhada, quando chegamos ... "Era para deixar?" perguntou a menina que atendia os senhores no hall de entrada... acenamos de sorriso no rosto... "Ao fundo deste corredor, um largo de carpete vermelha, banhado pela luz do Sol, entre balaustres de pedra talhada!" prosseguimos e a praça que se descobria, empilhava e albergava uma pirâmide vertiginosa de várias caixas quadradas coloridas, ...
"Cada um irá receber o presente a seu tempo, ... deixemos dar-lhe o tempo devido, ... que tudo tem o seu tempo e medida!" dizia a menina que recebia as nossas caixas, empilhando-as ... "Espero que seja do seu agrado..." falei para mim.
"Vamos para casa, que a chuva parou, e o lume mantêm a sua chama!" disse a esposa sussurrando ao ouvido ...
Consenti, caminhando de braço dado e sorridente, para o Canto de Cá.
abri a gaveta do pecegé, ... um pequeno sol, um punhado de brisa fresca e um coração, ... acondicionei cada um sobre o fundo de veludo vermelho, ... peguei na chave, rodei no sentido inverso aos ponteiros do relógio, e senti o bombear e pulsar do pequeno coração, ... fechei e reservei.
Calcei as galochas, vesti o sobretudo, ... "Espera-me, que eu também vou!" disse a esposa, que acabara de acondicionar e cintar o seu longo casaco preto ... peguei na caixa, e saímos á rua: a chuva caía. Respirei fundo, abri o chapéu de chuva, protegendo a esposa e a caixa, aliás as caixas... "Levo uma Gerebere laranja, um beijo quente, e um mimo!" segurando entre as duas mãos a caixa rosa salmonada, com tampa laranja citrino, ...
A escarduçada era forte, e molhada, quando chegamos ... "Era para deixar?" perguntou a menina que atendia os senhores no hall de entrada... acenamos de sorriso no rosto... "Ao fundo deste corredor, um largo de carpete vermelha, banhado pela luz do Sol, entre balaustres de pedra talhada!" prosseguimos e a praça que se descobria, empilhava e albergava uma pirâmide vertiginosa de várias caixas quadradas coloridas, ...
"Cada um irá receber o presente a seu tempo, ... deixemos dar-lhe o tempo devido, ... que tudo tem o seu tempo e medida!" dizia a menina que recebia as nossas caixas, empilhando-as ... "Espero que seja do seu agrado..." falei para mim.
"Vamos para casa, que a chuva parou, e o lume mantêm a sua chama!" disse a esposa sussurrando ao ouvido ...
Consenti, caminhando de braço dado e sorridente, para o Canto de Cá.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Um sobrescrito
3 vezes os nós da mão, na porta da frente ... "Ó da casa!" vociferaram ...
Puxei a aldraba ... o carteiro vasculhava a sacola a tiracolo "Correspondência de longe!" com um largo e forçado sorriso... "Bom dia!" estendendo a mão, num cumprimento seguro... agarrei estranhando o sobrescrito: um envelope branco sujo, estampilha nacional, carimbado temáticamente a negro na semana passada ...
... destinatário:
"Para Eu
Canto de Cá
0000-001 Forte Abraço"
... não há engano, é de facto para mim...
... remetente:
"De um amigo
Daqui
0000-001 Abraço"
Corri o indicador pelas costas do envelope, forçando a abertura, ... o papel é de um pedido encarcidamente perfumado, mas macio... desdobrei a carta, reservei o invólucro, ...
"Bom dia!
Venho fazer-te um pedido.
A menina é filha de uns amigos, tem 3 anos e uma leucemia grave e precisa da ajuda de todos.
Por ela e por todos, vamos fazer aqui numa clínica, uma recolha de dadores de medula.
Para isso ser possível, precisamos da tua ajuda.
Obrigado!"
... .
Entrei, fechando pesarosamente a porta... sentei-me no moicho, não resistindo á força da gravidade... "É a namorada do grandão!"
Puxei a aldraba ... o carteiro vasculhava a sacola a tiracolo "Correspondência de longe!" com um largo e forçado sorriso... "Bom dia!" estendendo a mão, num cumprimento seguro... agarrei estranhando o sobrescrito: um envelope branco sujo, estampilha nacional, carimbado temáticamente a negro na semana passada ...
... destinatário:
"Para Eu
Canto de Cá
0000-001 Forte Abraço"
... não há engano, é de facto para mim...
... remetente:
"De um amigo
Daqui
0000-001 Abraço"
Corri o indicador pelas costas do envelope, forçando a abertura, ... o papel é de um pedido encarcidamente perfumado, mas macio... desdobrei a carta, reservei o invólucro, ...
"Bom dia!
Venho fazer-te um pedido.
A menina é filha de uns amigos, tem 3 anos e uma leucemia grave e precisa da ajuda de todos.
Por ela e por todos, vamos fazer aqui numa clínica, uma recolha de dadores de medula.
Para isso ser possível, precisamos da tua ajuda.
Obrigado!"
... .
Entrei, fechando pesarosamente a porta... sentei-me no moicho, não resistindo á força da gravidade... "É a namorada do grandão!"
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Fada dos dentes "express" III e seu "mutchacho"
“Insatisfatório!” de indicador erguido, chorando abraçado á moça do costume…
“Como pode inventar tal coisas?” disse-me de tom severo, com vontade de me oferecer de bom grado, uma tareia descomunal, ou um par de estalos bem dados… “você é mesmo uma caixinha de surpresas, cada vez que eu cá venho!”
Limitei-me a ouvir, porque o silêncio, é de ouro …o grandão, agarrado á minha perna, olhava de beicinho, bem lá do fundo…
O rapaz, meia altura ou altura e meia, calções de surfer com estampados de flores havaianas, botas pretas Doctor. Martins, casaco de cabedal acastanhado da Real Air Force, capacete de cabedal e óculos de Red Baron, … magriço, e patilhas alentejanas.
“… Simplesmente perguntei quem era! Alguém que demanda pelo grandão …” cocei-lhe o acastanhado cabelo, “ …é de ficar pé atrás!”…
“Para mais não se identificou!” e o choro parou… levantou a cabeça, … consertou o casaco, o capacete, os óculos, os calções, “João Pestana!” esticando a mão … o grandão tremeu, apertou a perna, em modo de soldadura … cristalizou o olhar, temendo que eu o denunciasse…
“Continuo a manter a minha decisão!” disse-lhe sorrateiramente, ainda cumprimentando a personalidade … pasmado, enrugou o olhar “Como? E a minha lendária ocupação? Aliás reputação secular?” recuando e emproando a decisão …
“Neste momento é uma persona non grata! O grandão teme-o!”
A moça de mãos na anca, e pasmada boquiaberta “Vou fazer o que me compete, que isto já não são contas do meu rosário! A filhota no sítio do costume, e o dente sob a almofada, é isso?” acenei … ela bateu as botas alentejanas cardadas, e entrou já saindo … “assine no sítio do costume! A recolha foi efectuada! … Um pré-molar desta vez? Um belo exemplar!” ostentando contra o luar e o céu estrelado da noite quente de Agosto …
“E nós como ficamos?” deitando o seu olhar a hálito de camomila, mesmo junto ao meu rosto … “Nada? Vou assentar aqui mesmo arraiais! Ele não vai resistir, e você sabe bem!”
Virei-me condescendendo á sua declaração, … olhei para o grandão que resistia de olhar vidrado, … parei “O seu papel é nobre, e tiro o chapéu a tamanho cargo! Mas hoje sou eu!” peguei o grandão ao colo, confiando-lhe um xi-coração apertado …
“Até amanhã, grandão!” voltei costas … ambos tinham seguido o seu curso … a fada e seu "mutchacho"
“Como pode inventar tal coisas?” disse-me de tom severo, com vontade de me oferecer de bom grado, uma tareia descomunal, ou um par de estalos bem dados… “você é mesmo uma caixinha de surpresas, cada vez que eu cá venho!”
Limitei-me a ouvir, porque o silêncio, é de ouro …o grandão, agarrado á minha perna, olhava de beicinho, bem lá do fundo…
O rapaz, meia altura ou altura e meia, calções de surfer com estampados de flores havaianas, botas pretas Doctor. Martins, casaco de cabedal acastanhado da Real Air Force, capacete de cabedal e óculos de Red Baron, … magriço, e patilhas alentejanas.
“… Simplesmente perguntei quem era! Alguém que demanda pelo grandão …” cocei-lhe o acastanhado cabelo, “ …é de ficar pé atrás!”…
“Para mais não se identificou!” e o choro parou… levantou a cabeça, … consertou o casaco, o capacete, os óculos, os calções, “João Pestana!” esticando a mão … o grandão tremeu, apertou a perna, em modo de soldadura … cristalizou o olhar, temendo que eu o denunciasse…
“Continuo a manter a minha decisão!” disse-lhe sorrateiramente, ainda cumprimentando a personalidade … pasmado, enrugou o olhar “Como? E a minha lendária ocupação? Aliás reputação secular?” recuando e emproando a decisão …
“Neste momento é uma persona non grata! O grandão teme-o!”
A moça de mãos na anca, e pasmada boquiaberta “Vou fazer o que me compete, que isto já não são contas do meu rosário! A filhota no sítio do costume, e o dente sob a almofada, é isso?” acenei … ela bateu as botas alentejanas cardadas, e entrou já saindo … “assine no sítio do costume! A recolha foi efectuada! … Um pré-molar desta vez? Um belo exemplar!” ostentando contra o luar e o céu estrelado da noite quente de Agosto …
“E nós como ficamos?” deitando o seu olhar a hálito de camomila, mesmo junto ao meu rosto … “Nada? Vou assentar aqui mesmo arraiais! Ele não vai resistir, e você sabe bem!”
Virei-me condescendendo á sua declaração, … olhei para o grandão que resistia de olhar vidrado, … parei “O seu papel é nobre, e tiro o chapéu a tamanho cargo! Mas hoje sou eu!” peguei o grandão ao colo, confiando-lhe um xi-coração apertado …
“Até amanhã, grandão!” voltei costas … ambos tinham seguido o seu curso … a fada e seu "mutchacho"
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Um punhado de ... sassear!
Chego-me junto á nascente, que jorra um olho de água fresca, da profundeza da terra, ... para me sassear!
Ajoelho, a tamanha grandeza ...
A água abunda, mas as minhas mãos não contêm tanta frescura, ... refresco-me.
O sol ensandece o corpo, e a lavoura tende a não acabar.
Sobreponho as mãos, á mesma, e bebo ...
Ergo-me ... conserto o chapeu, ... aperto e levanto a enchada, ... enfrento a lavoura, ...
Quando a escassez voltar, .... voltarei ... a sassear-me.
Ajoelho, a tamanha grandeza ...
A água abunda, mas as minhas mãos não contêm tanta frescura, ... refresco-me.
O sol ensandece o corpo, e a lavoura tende a não acabar.
Sobreponho as mãos, á mesma, e bebo ...
Ergo-me ... conserto o chapeu, ... aperto e levanto a enchada, ... enfrento a lavoura, ...
Quando a escassez voltar, .... voltarei ... a sassear-me.
sábado, 31 de julho de 2010
Resumo de um "pausar" ...
Exactamente... o resumo resumido, de um "pausar", e a forma de como se pode desfrutar, do mesmo:
- Primeiro dia: planear o percurso, abastecer de mantimentos da lavra, fazer as malas, carregar o paralelipipedo de quatro rodas, e pôr-se em marcha ... chegada ao sul do continente, ao cerrar do dia, com uma sopa de tupperware (por acaso não soube a nozes, mas sim a sopa).
- Segundo ao oitavo dia: itinerário de subidas e descidas compassadas e rotineiras, ao areal de veraneantes, com a agravante de lutar por uns meros m² de espaço e de sombra, com sacos, sacolas, protectores solares, chapeu de sol e afins;
- Segundo dia: o grandão (deixou de ser o pequeno, já vai para o jardim de infância, subiu de estatuto) aperta a mão diplomaticamente ao Dr. Mário Soares, num encontro furtuito e casual, ali, mesmo á beira do Atlântico ... "Então não vais molhar os pés ao mar?" perguntou o Dr., ... e ele meio tímido, mediu o ex-diplomata, cruzou o olhar connosco, ... esticou a mão e cumprimentou-o, ... cordeal como sempre.
- Treceiro dia: "Vamos beber café?" foi lançada no ar, e logo aproveitada por todos; a sugestão de beber um cafezinho, da máquina, descansado, numa esplanada á beira ... da noite quente, foi unânime. Entrámos no elevador do prédio, no piso "3": dedilhamos piso "0", ... descida normal, ... interrompida subitamente entre o piso "1" e "0" (ahhhh! faltou um bocadinho, assim...), ... olhamos uns para os outros, ... olhei para as placas de sinalética interna do cubiculo elevatório, ... "4 pessoas - 320 kg" vamos a contas: ora eu 68 kgs; a esposa não se pronunciou, mas não chega aos 60 kgs; o grandão 15 kgs mal aviados; a filhota, 35 kgs; os sogros: ele diz pesar 70 kgs, ela "mais ou menos 70 kgs", ... ora bem 68+60+15+35+70+70= 318 kgs, ... Ufa! no limite, ainda tenho dois quilos para as compensações, ... ou então alguém mentiu sobre os seus "mais ou menos 70 kgs"; e agora? ... "Ora, ... linha directa para avarias!"
"Estou! Olhe, estamos enlatados num elevador neste prédio a sul do continente!" ligou a sogra "Como? A morada? Oh! senhor! Eu lá sei a morada! ... estamos fechados, aqui com duas crianças!" em tom de exaltação ...
Eu já passei por algumas saunas, ... já! Tem os seus benefícios, ... diz que abre os poros e ajuda a libertar toxinas e radicais livres, ... "Pai! Estás a soar muito!" disse a filhota, e tinha toda a razão, ... eu soava que nem um cavalo, depois de uma corrida de apostas, ... o grandão começava a não achar graça á coisa, e olhava com o olhar em leve pânico, ... virei-me para as contra-portas do ascensor, e que nem um Clark Kent, ou um Bruce Wayne, depositei toda a minha fúria, nos menbros superiores e, zás ... não me transformei em Super Homem, nem em Hulk, mas abri as comportas de segurança, ... e o ar fresco começou a jorrar para o cubículo. A filhota, e o grandão acalmaram ...
Após explicações de diz que disse, e ajuda exterior que tentava sossegar quem estava descansado, ... minto: só a sogra demonstrava uma claustrofobia contida, apareceu o técnico que rapidamente esvaziou o conteudo do caixote metálico ... continuemos.
Do segundo ao sexto dia: sucessivas tentativas goradas da esposa e do grandão, em banhar-se no Atlântico, ... "Está gelada!" está no ponto, como adoro, ... fria!
Sétimo ao oitavo dia: Finalmente a água do Mediterrâneo, deve de ter de algum modo, aproveitado uma boleia dalguma corrente, e temperou a costa sul do continente com um ligeiro aquecimento das águas frias do Atlântico, ... a esposa aproveitou para se salgar, e o grandão começou a saltitar, em estilo encarpado com cambalhota ...
Oitavo dia: Voltar a encher o paralelipipedo de 4 rodas, e siga em direcção à Beira Litoral.
... home sweet home ... só faltou deitar no escalrracho, e rebolar pela calçada, ... parece que tinha deixado tudo isto á uma eternidade. Pés em terra firme, ...
Deu para carregar as baterias bioquímicas e biológicas, ... siga que depois de amanhã estou por conta do patrão.
- Primeiro dia: planear o percurso, abastecer de mantimentos da lavra, fazer as malas, carregar o paralelipipedo de quatro rodas, e pôr-se em marcha ... chegada ao sul do continente, ao cerrar do dia, com uma sopa de tupperware (por acaso não soube a nozes, mas sim a sopa).
- Segundo ao oitavo dia: itinerário de subidas e descidas compassadas e rotineiras, ao areal de veraneantes, com a agravante de lutar por uns meros m² de espaço e de sombra, com sacos, sacolas, protectores solares, chapeu de sol e afins;
- Segundo dia: o grandão (deixou de ser o pequeno, já vai para o jardim de infância, subiu de estatuto) aperta a mão diplomaticamente ao Dr. Mário Soares, num encontro furtuito e casual, ali, mesmo á beira do Atlântico ... "Então não vais molhar os pés ao mar?" perguntou o Dr., ... e ele meio tímido, mediu o ex-diplomata, cruzou o olhar connosco, ... esticou a mão e cumprimentou-o, ... cordeal como sempre.
- Treceiro dia: "Vamos beber café?" foi lançada no ar, e logo aproveitada por todos; a sugestão de beber um cafezinho, da máquina, descansado, numa esplanada á beira ... da noite quente, foi unânime. Entrámos no elevador do prédio, no piso "3": dedilhamos piso "0", ... descida normal, ... interrompida subitamente entre o piso "1" e "0" (ahhhh! faltou um bocadinho, assim...), ... olhamos uns para os outros, ... olhei para as placas de sinalética interna do cubiculo elevatório, ... "4 pessoas - 320 kg" vamos a contas: ora eu 68 kgs; a esposa não se pronunciou, mas não chega aos 60 kgs; o grandão 15 kgs mal aviados; a filhota, 35 kgs; os sogros: ele diz pesar 70 kgs, ela "mais ou menos 70 kgs", ... ora bem 68+60+15+35+70+70= 318 kgs, ... Ufa! no limite, ainda tenho dois quilos para as compensações, ... ou então alguém mentiu sobre os seus "mais ou menos 70 kgs"; e agora? ... "Ora, ... linha directa para avarias!"
"Estou! Olhe, estamos enlatados num elevador neste prédio a sul do continente!" ligou a sogra "Como? A morada? Oh! senhor! Eu lá sei a morada! ... estamos fechados, aqui com duas crianças!" em tom de exaltação ...
Eu já passei por algumas saunas, ... já! Tem os seus benefícios, ... diz que abre os poros e ajuda a libertar toxinas e radicais livres, ... "Pai! Estás a soar muito!" disse a filhota, e tinha toda a razão, ... eu soava que nem um cavalo, depois de uma corrida de apostas, ... o grandão começava a não achar graça á coisa, e olhava com o olhar em leve pânico, ... virei-me para as contra-portas do ascensor, e que nem um Clark Kent, ou um Bruce Wayne, depositei toda a minha fúria, nos menbros superiores e, zás ... não me transformei em Super Homem, nem em Hulk, mas abri as comportas de segurança, ... e o ar fresco começou a jorrar para o cubículo. A filhota, e o grandão acalmaram ...
Após explicações de diz que disse, e ajuda exterior que tentava sossegar quem estava descansado, ... minto: só a sogra demonstrava uma claustrofobia contida, apareceu o técnico que rapidamente esvaziou o conteudo do caixote metálico ... continuemos.
Do segundo ao sexto dia: sucessivas tentativas goradas da esposa e do grandão, em banhar-se no Atlântico, ... "Está gelada!" está no ponto, como adoro, ... fria!
Sétimo ao oitavo dia: Finalmente a água do Mediterrâneo, deve de ter de algum modo, aproveitado uma boleia dalguma corrente, e temperou a costa sul do continente com um ligeiro aquecimento das águas frias do Atlântico, ... a esposa aproveitou para se salgar, e o grandão começou a saltitar, em estilo encarpado com cambalhota ...
Oitavo dia: Voltar a encher o paralelipipedo de 4 rodas, e siga em direcção à Beira Litoral.
... home sweet home ... só faltou deitar no escalrracho, e rebolar pela calçada, ... parece que tinha deixado tudo isto á uma eternidade. Pés em terra firme, ...
Deu para carregar as baterias bioquímicas e biológicas, ... siga que depois de amanhã estou por conta do patrão.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Pausar
Esta página, encontra-se temporariamente inactiva...
Não, ... não é por estar a estruturar, ou a dar uma pincelada de manutenção na mesma;
Os filhotes não me roubam tempo nenhum, nem a esposa, bem pelo contrário;
Também não é pelo afundanço mundial da crise;
Não é por falta de letras, que elas são vinte e três, e devidamente acondicionadas, dão origem a milhares de palavras;
Também não é uma eventual crise de criatividade;
Não comecei a ler nenhum livro, nem comprei novo LP;
A Pink, cria os seus rebentos, sem exigências;
"Ah! É por causa do coffee break!" nem de perto, nem de longe;
Tem a ver com bateria biológica...
... É verdade, ... vou pausar, ... mas ando por perto, ... vou notifcando, ... um abraço do canto de cá!
Não, ... não é por estar a estruturar, ou a dar uma pincelada de manutenção na mesma;
Os filhotes não me roubam tempo nenhum, nem a esposa, bem pelo contrário;
Também não é pelo afundanço mundial da crise;
Não é por falta de letras, que elas são vinte e três, e devidamente acondicionadas, dão origem a milhares de palavras;
Também não é uma eventual crise de criatividade;
Não comecei a ler nenhum livro, nem comprei novo LP;
A Pink, cria os seus rebentos, sem exigências;
"Ah! É por causa do coffee break!" nem de perto, nem de longe;
Tem a ver com bateria biológica...
... É verdade, ... vou pausar, ... mas ando por perto, ... vou notifcando, ... um abraço do canto de cá!
terça-feira, 13 de julho de 2010
Três dedos emproados...
A esposa, de á uns dias para cá, incutiu ao pequeno o dia que se aproximava, ... soletrou o número que Deus fez, e gesticulou a sua mão erguendo três dedos, ... o pequeno achando graça na aprendizagem, gesticulou, várias e esforçosas vezes os deditos; uns mais arqueados que outros, mas com a ajuda do trincar da língua, a coisa lá foi, ... o vizinho, o pai de todos, e o fura bolos, os três emproados na mãozita, escarrapachados para quem lhe pergunta a idade: "T´ês!" orgulhoso da conquista...
"A festa?" perguntou ontem, antes da camita, enquanto trocava brincadeiras com a filhota...
A mãe enterneceu, sorriu, ... "Amanhã, caninito! Primeiro o ó-ó!" consentiu, já cansado do dia, e seguiu para a cama que o recebeu ...
"Fiz-lhe um bolito, para lhe cantarmos os parabéns, ali na eira da tia! A irmã, as primas, e os amiguitos, vão lá estar." contou-me a minha mãe, meio em segredo meio em voz alta... sorri para os meus pais, que organizaram um mini festa para a tarde, logo a seguir á sesta, quando há menos calor... um pão de ló, recheado com doce de ovos, coberto de chocolate, tudo caseiro feito pela avó, ... "vou comprar três velas, e um sumo!" contou-me o meu pai sorridente da participação...
Logo janta connosco, e mais uma cantata de parabéns ,...
Parabéns pequeno, esposa, e filhota que como ela diz, para não ficar em pouco "Pai! Hoje faço x anos, y meses, n dias, ..."
"A festa?" perguntou ontem, antes da camita, enquanto trocava brincadeiras com a filhota...
A mãe enterneceu, sorriu, ... "Amanhã, caninito! Primeiro o ó-ó!" consentiu, já cansado do dia, e seguiu para a cama que o recebeu ...
"Fiz-lhe um bolito, para lhe cantarmos os parabéns, ali na eira da tia! A irmã, as primas, e os amiguitos, vão lá estar." contou-me a minha mãe, meio em segredo meio em voz alta... sorri para os meus pais, que organizaram um mini festa para a tarde, logo a seguir á sesta, quando há menos calor... um pão de ló, recheado com doce de ovos, coberto de chocolate, tudo caseiro feito pela avó, ... "vou comprar três velas, e um sumo!" contou-me o meu pai sorridente da participação...
Logo janta connosco, e mais uma cantata de parabéns ,...
Parabéns pequeno, esposa, e filhota que como ela diz, para não ficar em pouco "Pai! Hoje faço x anos, y meses, n dias, ..."
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Só é preciso começar ...
"Vamos?" perguntou a esposa, energeticamente sacudida pelo acordar, ...
Preparamo-nos, ... bombeei ar a cada roda, ... encapuçamos as protecções devidas, ... olhei ao tempo: enevoado, com uma ligeira brisa fresca, a cair para hipotetica precipitação, ... no ponto!
"Sabes que não estou preparada!" disse-me temendo que a levasse a descer ou a subir uns desgraçados caminhos de single track...
"Hoje vamos fazer uma das rotas; diferente e calma: a rota da sorna!" descansando-a ...
É normal, depois de passar 6 meses e uns trocos com a cabeça enfiada em códigos disto e daquilo, atrás de pilhas e resmas de casos, directrizes e artigos, e noites de dissertação curricular, que a rota seja mais acessível, ... simplesmente para esvaziar o ultimo semestre!
Duas dezenas de quilómetros, conversando, rindo, suando, conhecendo o desconhecido, pedalando e refrescando.
"Temos de fazer isto mais vezes!" cansada e satisfeita ...
Vou prepará-la, para os carreiros de cabras mais árduos, que eu sei que ela vai fazê-los e adorar...
Está a entrar no vício, ...
Preparamo-nos, ... bombeei ar a cada roda, ... encapuçamos as protecções devidas, ... olhei ao tempo: enevoado, com uma ligeira brisa fresca, a cair para hipotetica precipitação, ... no ponto!
"Sabes que não estou preparada!" disse-me temendo que a levasse a descer ou a subir uns desgraçados caminhos de single track...
"Hoje vamos fazer uma das rotas; diferente e calma: a rota da sorna!" descansando-a ...
É normal, depois de passar 6 meses e uns trocos com a cabeça enfiada em códigos disto e daquilo, atrás de pilhas e resmas de casos, directrizes e artigos, e noites de dissertação curricular, que a rota seja mais acessível, ... simplesmente para esvaziar o ultimo semestre!
Duas dezenas de quilómetros, conversando, rindo, suando, conhecendo o desconhecido, pedalando e refrescando.
"Temos de fazer isto mais vezes!" cansada e satisfeita ...
Vou prepará-la, para os carreiros de cabras mais árduos, que eu sei que ela vai fazê-los e adorar...
Está a entrar no vício, ...
terça-feira, 6 de julho de 2010
Miragem do caloraço
Derreto ... (...)
Decididamente derreto com este caloraço, com que fomos sorteados neste mês de Julho, ... deixa-me salpicar umas gotas de água, ... salpicar!
... quem me dera chover agora, ... saltava o balcão, e corria para a rua, ... e que nem um pinto, encharcava-me até ao tutano, ... rebolava dentro de todas as poças, e deitava-me no chão quente, sentido a gravidade da chuva sobre este coirão ...
Julgo, ou tenho quase a certeza, que houve negociata para trocarmos ao desbarato os climas, com os trópicos...
Quero ver se este ano, vamos ser abençoados com os pequenos flocos de água, que embelezam de branco toda a paisagem... que saudades.
Bom, já passou o delírio ou a miragem, ... consequência deste calor; deixa-me mergulhar neste monte de papeis, ... mergulhar! Férias, ... ainda tão longe, ... o alguidar de água, ou o mar frio da beira litoral, á minha espera, ...
Tenho que me beliscar, e deixar de associar palavras a divagações momentâneas, ... trabalho.
Abater o arranha-céus de papelada, ... e resistir á cobra, ... pffffffffffff!
Já pinga, ... para dentro, ... mais uma água ...
Decididamente derreto com este caloraço, com que fomos sorteados neste mês de Julho, ... deixa-me salpicar umas gotas de água, ... salpicar!
... quem me dera chover agora, ... saltava o balcão, e corria para a rua, ... e que nem um pinto, encharcava-me até ao tutano, ... rebolava dentro de todas as poças, e deitava-me no chão quente, sentido a gravidade da chuva sobre este coirão ...
Julgo, ou tenho quase a certeza, que houve negociata para trocarmos ao desbarato os climas, com os trópicos...
Quero ver se este ano, vamos ser abençoados com os pequenos flocos de água, que embelezam de branco toda a paisagem... que saudades.
Bom, já passou o delírio ou a miragem, ... consequência deste calor; deixa-me mergulhar neste monte de papeis, ... mergulhar! Férias, ... ainda tão longe, ... o alguidar de água, ou o mar frio da beira litoral, á minha espera, ...
Tenho que me beliscar, e deixar de associar palavras a divagações momentâneas, ... trabalho.
Abater o arranha-céus de papelada, ... e resistir á cobra, ... pffffffffffff!
Já pinga, ... para dentro, ... mais uma água ...
terça-feira, 29 de junho de 2010
Os amigos que entendem ...
Combinamos encontrar-nos às 22:30, à porta ... uma noite clara, morna para fresca, uma lua cheia calma, e uma mão cheia de estrelas, ...
"Olá! Companheiros! Vamos entrar?" disse encaminhando-nos para a entrada ... saiu do automóvel, e cumprimentou-nos um a um, ... o abraço prolongou-se como quem quer despejar uma eterna tristeza e mágoa, ... como quem não aguenta mais, ... abracei-o, recebendo a sua preocupação, ... "Subam! Vamos beber algo!"... e a data é merecedora, apesar de tudo...
Pôs-nos a par de tudo, ... e cada um de nós percebeu a gravidade, ... mas no entanto, cada um deu a sua força, apoio, encosto de ombro, ... as mensagens continuavam a chover, ... intercalava as suas dúvidas, com o chat, sms, email, contando os apoios e positivismo que jorrava, ...
Senti de um pai para outro, ... a emoção inundou-me o olhar; eu sei que sou lamechas, coração de manteiga, ... mas ver um amigo preocupado com a filhota, que aguarda por sorrisos na sua camita do pediátrico, ... sim sou um emotivo, ... o meu amigo chora, ... e nós tentamos concentrar toda a energia do mundo, para um possível salto espaço-temporal, onde todo este tormento já tenha terminado, ...
... eu continuo a sorrir, com a lágrima ao cantinho, mas é preciso animar ... por isso sorrio, ... é o que é preciso agora ...
"Olá! Companheiros! Vamos entrar?" disse encaminhando-nos para a entrada ... saiu do automóvel, e cumprimentou-nos um a um, ... o abraço prolongou-se como quem quer despejar uma eterna tristeza e mágoa, ... como quem não aguenta mais, ... abracei-o, recebendo a sua preocupação, ... "Subam! Vamos beber algo!"... e a data é merecedora, apesar de tudo...
Pôs-nos a par de tudo, ... e cada um de nós percebeu a gravidade, ... mas no entanto, cada um deu a sua força, apoio, encosto de ombro, ... as mensagens continuavam a chover, ... intercalava as suas dúvidas, com o chat, sms, email, contando os apoios e positivismo que jorrava, ...
Senti de um pai para outro, ... a emoção inundou-me o olhar; eu sei que sou lamechas, coração de manteiga, ... mas ver um amigo preocupado com a filhota, que aguarda por sorrisos na sua camita do pediátrico, ... sim sou um emotivo, ... o meu amigo chora, ... e nós tentamos concentrar toda a energia do mundo, para um possível salto espaço-temporal, onde todo este tormento já tenha terminado, ...
... eu continuo a sorrir, com a lágrima ao cantinho, mas é preciso animar ... por isso sorrio, ... é o que é preciso agora ...
quinta-feira, 24 de junho de 2010
LEGO, logo existo.
Fim-de-semana, ... recatadamente penso que o descanso é merecido.
"O Pépé ligou! Convidou-nos para uma visita ... vamos?" sorrindo, desejando que todos fossemos á dita visita ... "Vamos! E especialmente eles irão adorar!" pedindo o goloso para o desejoso ...
Marcamos horas, ... e seguimos, ... arregalados.
Uma das cidades dos templários, ... a exposição que aguarda por nós e mais alguns.
Ao entrar, o som estridente da excitação, ... tenho que me conter, ...
AAAAAAAAAAAAAAAhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Milhares, milhões de peças encaixadas, ... ppppppppfffffffffffff! Minutos e horas de paciência ... Acho que vou ali rapidamente retroceder até á tenra idade da infância, para ter a possibilidade de tocar com a inocência de uma criança, naquele Santo Graal .
LEGO´s e LEGO´s, ... estou a disfarçar, quase a rebentar pelas costuras, ... cidades, comboios, viaturas, quintas, explorações, cenas de filmes, o épico Star Wars, engenhos, barcos, aviões, ... é melhor abrandar mesmo, antes que expluda as orbitas oculares, com tanto fascínio ...
Morosamente olho para cada promenor ... os míúdos acompanham-me de cidade em cidade, ... giramos as cabeças, seguindo o curso das composições, que imitam o tráfego real ... já sei o que desejar ao Pai Natal, ... umas construções de LEGO´s, ... definitivamente!
"O Pépé ligou! Convidou-nos para uma visita ... vamos?" sorrindo, desejando que todos fossemos á dita visita ... "Vamos! E especialmente eles irão adorar!" pedindo o goloso para o desejoso ...
Marcamos horas, ... e seguimos, ... arregalados.
Uma das cidades dos templários, ... a exposição que aguarda por nós e mais alguns.
Ao entrar, o som estridente da excitação, ... tenho que me conter, ...
AAAAAAAAAAAAAAAhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Milhares, milhões de peças encaixadas, ... ppppppppfffffffffffff! Minutos e horas de paciência ... Acho que vou ali rapidamente retroceder até á tenra idade da infância, para ter a possibilidade de tocar com a inocência de uma criança, naquele Santo Graal .
LEGO´s e LEGO´s, ... estou a disfarçar, quase a rebentar pelas costuras, ... cidades, comboios, viaturas, quintas, explorações, cenas de filmes, o épico Star Wars, engenhos, barcos, aviões, ... é melhor abrandar mesmo, antes que expluda as orbitas oculares, com tanto fascínio ...
Morosamente olho para cada promenor ... os míúdos acompanham-me de cidade em cidade, ... giramos as cabeças, seguindo o curso das composições, que imitam o tráfego real ... já sei o que desejar ao Pai Natal, ... umas construções de LEGO´s, ... definitivamente!
terça-feira, 15 de junho de 2010
A namorada do filhote
O som do telemóvel, tocou a sua melodia, ... "You´ve got the love"...
"È a amiga ...!" disse a filhota que o trazia, passando-me a responsabilidade ...
"Olá!" cumprimentei de hábito sorrindo, ... mas a reacção não foi a mesma ... do outro lado suou a silêncio, e não a carismática alegria de sempre ...
"Olá! ... Olha, ... tenho uma notícia ... um tanto ou quanto, ... difícil e triste!" disse-me quase ouvindo os seus olhos cristalinos e humedecidos...
"Então amiga! Que me contas?" ... e o silêncio voltou, sentindo que havia um ginasticar de palavras mais apropriadas, para me comunicar algo que não ferisse ou chocasse ...
"É a filhota do Animal! Está doentita!" disse-me, ponderando a gravidade da continuidade da conversação...
"Não entendo! O que tem ela?" impacientemente estagnado junto á mesa da cozinha, olhando fixamente para a esposa ...
"O Animal ainda não sabe! Andam numa lufa-lufa, daqui para ali, ... por causa duma maleita que surgiu á filhota!" contou-me pausadamente entorpecida pela tristeza ...
... desmoronei... os olhos carregaram toda a tisteza, ... escondi o meu olhar á esposa, com a palma da mão, ... segurei a queda de todas as suas alegrias, ... e coloquei o questionar do como é possível isto acontecer?, á voz da amiga que continuava a explicar-me o sucedido, ... passei o telemóvel á esposa, ... não aguentei, ...
(...)
Acobardei-me, ... não consigo dizer, nem soletrar sequer, numa mensagem de apoio ao Animal e esposa, ... vemo-nos quando conseguimos consiliar as nossas vidas pessoais e profissionais, ... mas estamos sempre que cada um necessita, ... é literalmente mais um irmão e irmã, ... os filhotes convivem todos, sentido o seu peso como segunda geração, ... um pequeno grupo que se mantêm unido desde a escola, ... já lá vai quase duas décadas, ... uma autêntica família.
Por convívio e pelo á vontade, casamos os filhos, ...
A minha futura nora ... simples e simpática, conversadora e carinhosa, ...
"Animal! Estou enrrascado! O Que achas?" ... ele, instruído, calmo, e dizer na cara o que é, ... ajuda sempre, ... seja meio-dia, seja dia e meio de lavoura ... a esposa segue-lhe os passos...
... ainda estou triste, ... a namorada do meu filhote, não está bem, ...
(...)
Desculpem amigos, ... não consigo ajudar... só falar, ... espero que passe tudo ao lado, por confortar, e acreditar que o sorriso está ali... nós temo-lo connosco, e continua a sorrir...
Retiro um exemplo deles, ... de rastos, sem palavras, triste ... mas mantenho o sorriso
"È a amiga ...!" disse a filhota que o trazia, passando-me a responsabilidade ...
"Olá!" cumprimentei de hábito sorrindo, ... mas a reacção não foi a mesma ... do outro lado suou a silêncio, e não a carismática alegria de sempre ...
"Olá! ... Olha, ... tenho uma notícia ... um tanto ou quanto, ... difícil e triste!" disse-me quase ouvindo os seus olhos cristalinos e humedecidos...
"Então amiga! Que me contas?" ... e o silêncio voltou, sentindo que havia um ginasticar de palavras mais apropriadas, para me comunicar algo que não ferisse ou chocasse ...
"É a filhota do Animal! Está doentita!" disse-me, ponderando a gravidade da continuidade da conversação...
"Não entendo! O que tem ela?" impacientemente estagnado junto á mesa da cozinha, olhando fixamente para a esposa ...
"O Animal ainda não sabe! Andam numa lufa-lufa, daqui para ali, ... por causa duma maleita que surgiu á filhota!" contou-me pausadamente entorpecida pela tristeza ...
... desmoronei... os olhos carregaram toda a tisteza, ... escondi o meu olhar á esposa, com a palma da mão, ... segurei a queda de todas as suas alegrias, ... e coloquei o questionar do como é possível isto acontecer?, á voz da amiga que continuava a explicar-me o sucedido, ... passei o telemóvel á esposa, ... não aguentei, ...
(...)
Acobardei-me, ... não consigo dizer, nem soletrar sequer, numa mensagem de apoio ao Animal e esposa, ... vemo-nos quando conseguimos consiliar as nossas vidas pessoais e profissionais, ... mas estamos sempre que cada um necessita, ... é literalmente mais um irmão e irmã, ... os filhotes convivem todos, sentido o seu peso como segunda geração, ... um pequeno grupo que se mantêm unido desde a escola, ... já lá vai quase duas décadas, ... uma autêntica família.
Por convívio e pelo á vontade, casamos os filhos, ...
A minha futura nora ... simples e simpática, conversadora e carinhosa, ...
"Animal! Estou enrrascado! O Que achas?" ... ele, instruído, calmo, e dizer na cara o que é, ... ajuda sempre, ... seja meio-dia, seja dia e meio de lavoura ... a esposa segue-lhe os passos...
... ainda estou triste, ... a namorada do meu filhote, não está bem, ...
(...)
Desculpem amigos, ... não consigo ajudar... só falar, ... espero que passe tudo ao lado, por confortar, e acreditar que o sorriso está ali... nós temo-lo connosco, e continua a sorrir...
Retiro um exemplo deles, ... de rastos, sem palavras, triste ... mas mantenho o sorriso
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Desarborização amazónica
Sábado! O dia do descanso, da casa, ... que isto de não ter condomínio, obriga-nos a pegar na enchada, escovão, mangueira, carro de mão, fouce, ... enfim dobrar o coirão, ou vergar a mola. Tarefa de hoje, ... engalanar o jardim das traseiras da casa, com uma sugestão zen. "Vamos colocar aqui o alguidar, a meio termo: meia sombra, meio abrigado da brisa, ... as espreguiçadeiras ali, o chapeu acolá, e os seixos do rio aqui á volta, assim não há lixo, nem folhas de árvores, nem bichos a infestar a água." ouvindo a esposa e concordando com o projecto apresentado... comprei a tela, apanhei pedras de diversos calibres, preparei as luvas e os utensílios de bricolage, ... "Mas primeiro lavamos a cara, depois há tempo para o cabelo!"
Entendi! Primero o jardim á frente da casa, depois o futuro espaço zen. A esposa transbordava de genica; a tarefa prometia ser árdua... o capim e a flora existente, fazia inveja de longe, ao pulmão da terra. Lembro-me do professor de história do 8º ano, comentar a difícil tarefa que os bandeirantes tiveram, para rasgar caminho pela virgem floresta amazónica. "O que temos para desbastar e pôr cobro a este matagal?" perguntou a esposa, vestindo a t-shirt ...
Ora deixa cá ver, ... catana, não tenho, ... uma enchada, um foução, um corta-sebes, ... "Vou a casa da minha mãe, pedir o corta relvas!" sugere a esposa, agarrando no carro...
A hora do calor aperta, ... a sede acompanha-o, ... vejo as ervas altas a mexer, e um esforçoso motor ao longe que vai abatendo esta densa floresta, ... "Está cheio!" corro para a esposa, pelo meio do trigal, milheiral, ou feijoal, ou o que seja, para ir despejar o cesto do corta relvas, ... repito por mais, ... 7, 10, 12, 99, perdi o conto, ... talvez infinitas vezes, ... perdi mesmo o conto, e as pernas indicam mesmo, infinitas vezes.
"Só falta mesmo, lavar o passeio e está feito!" deixando a máquina devastadora, agora calma e surda, ...
Mangueira, vassourão, pá, ... e toca de escovar, todas as pedrinhas da calçada, arrancar todas as ervas danadas e daninhas, que esburacam o passeio, e apanhar todo o lixo ... eu com securas, e o anseio da desgraçadinha duma água fresca da Leça do Balio que andesse por aí perdida, ... mas nem sombras, nem viva alma, e o vento está de Ourém, não se ouve aqui ninguém.
"Vou dar banho aos miúdos!" dirigindo-se para casa, com o filhote pela mão, ... entendi, ... acabou; finalmente acabou, ... pffffff
Guardo todos os utensílios da desflorestação e limpeza, ... não reconheço a casa! Definitivamente a esposa tinha razão, ... "...parece que regressamos, e estamos a deixar a casa nos trinques!"
Já me arrasto, ... vou tomar um belo de um banho quente, e também fazer a barba, ... e saciar o coirão, com uma mine, ... no espaço zen. Raios! Tem que ficar para a próxima!
"Próximo passo: montar o alguidar, e lavar todos os anexos!" dizia-me enquanto secava os filhotes ...
Estou feito, com os Sábados ...
Entendi! Primero o jardim á frente da casa, depois o futuro espaço zen. A esposa transbordava de genica; a tarefa prometia ser árdua... o capim e a flora existente, fazia inveja de longe, ao pulmão da terra. Lembro-me do professor de história do 8º ano, comentar a difícil tarefa que os bandeirantes tiveram, para rasgar caminho pela virgem floresta amazónica. "O que temos para desbastar e pôr cobro a este matagal?" perguntou a esposa, vestindo a t-shirt ...
Ora deixa cá ver, ... catana, não tenho, ... uma enchada, um foução, um corta-sebes, ... "Vou a casa da minha mãe, pedir o corta relvas!" sugere a esposa, agarrando no carro...
A hora do calor aperta, ... a sede acompanha-o, ... vejo as ervas altas a mexer, e um esforçoso motor ao longe que vai abatendo esta densa floresta, ... "Está cheio!" corro para a esposa, pelo meio do trigal, milheiral, ou feijoal, ou o que seja, para ir despejar o cesto do corta relvas, ... repito por mais, ... 7, 10, 12, 99, perdi o conto, ... talvez infinitas vezes, ... perdi mesmo o conto, e as pernas indicam mesmo, infinitas vezes.
"Só falta mesmo, lavar o passeio e está feito!" deixando a máquina devastadora, agora calma e surda, ...
Mangueira, vassourão, pá, ... e toca de escovar, todas as pedrinhas da calçada, arrancar todas as ervas danadas e daninhas, que esburacam o passeio, e apanhar todo o lixo ... eu com securas, e o anseio da desgraçadinha duma água fresca da Leça do Balio que andesse por aí perdida, ... mas nem sombras, nem viva alma, e o vento está de Ourém, não se ouve aqui ninguém.
"Vou dar banho aos miúdos!" dirigindo-se para casa, com o filhote pela mão, ... entendi, ... acabou; finalmente acabou, ... pffffff
Guardo todos os utensílios da desflorestação e limpeza, ... não reconheço a casa! Definitivamente a esposa tinha razão, ... "...parece que regressamos, e estamos a deixar a casa nos trinques!"
Já me arrasto, ... vou tomar um belo de um banho quente, e também fazer a barba, ... e saciar o coirão, com uma mine, ... no espaço zen. Raios! Tem que ficar para a próxima!
"Próximo passo: montar o alguidar, e lavar todos os anexos!" dizia-me enquanto secava os filhotes ...
Estou feito, com os Sábados ...
sábado, 12 de junho de 2010
Um evento ... IV
A vista sobre as quatro colinas, ... ao fundo, em alaranjado, o castelo rústico e vigilante, ...
"Mesa para quatro!" indicando para o canto mais recôndito...
Ela, de vestido curto preto, sapato a condizer, e lenço arrepanhado ao pescoço, numa toilette para um jantar de sossego, ... "muito soft", recatada ...
Os filhotes, desportivos nos seus jeans, sweat, e sapatilhas de quem não liga a protocolos, mas sim ao que precisam neste momento: brincadeira.
Eu, ... normal, mas a condizer com a esposa, porque um cavalheiro, acompanha a sua dama, nas ocasiões e na toilette.
Jantamos os quatro, ... os filhotes acompanham-nos: dois Muscatel para aperitivo; uma entrada empratada de vários pequenos petiscos; um prato de carne, com arroz de pinhões e sultanas; um alentejano sóbrio, macerado, e ténue a degustar; e a sobremesa, de uma bola de gelado, envolvida em molho de chocolate, com uma taça de morangos, ...
Um ultimo pairar sobre a cidade, que inicia a sua vida nocturna, ...
Chegamos a casa, ... a cama king size aguarda por nós, ... "Hoje, vamos os quatro para a minha cama! Pode ser?" comenta a esposa, ... e num estalar de dedos, todos estamos de pijamas,...
Agradeço mais uma vez, todos estes dias que passaram, ... tudo começa a bocejar, ... coloco cada um na sua cama com um beijo na testa, ...
... Parabéns pelos dezoito anos, ...
"Mesa para quatro!" indicando para o canto mais recôndito...
Ela, de vestido curto preto, sapato a condizer, e lenço arrepanhado ao pescoço, numa toilette para um jantar de sossego, ... "muito soft", recatada ...
Os filhotes, desportivos nos seus jeans, sweat, e sapatilhas de quem não liga a protocolos, mas sim ao que precisam neste momento: brincadeira.
Eu, ... normal, mas a condizer com a esposa, porque um cavalheiro, acompanha a sua dama, nas ocasiões e na toilette.
Jantamos os quatro, ... os filhotes acompanham-nos: dois Muscatel para aperitivo; uma entrada empratada de vários pequenos petiscos; um prato de carne, com arroz de pinhões e sultanas; um alentejano sóbrio, macerado, e ténue a degustar; e a sobremesa, de uma bola de gelado, envolvida em molho de chocolate, com uma taça de morangos, ...
Um ultimo pairar sobre a cidade, que inicia a sua vida nocturna, ...
Chegamos a casa, ... a cama king size aguarda por nós, ... "Hoje, vamos os quatro para a minha cama! Pode ser?" comenta a esposa, ... e num estalar de dedos, todos estamos de pijamas,...
Agradeço mais uma vez, todos estes dias que passaram, ... tudo começa a bocejar, ... coloco cada um na sua cama com um beijo na testa, ...
... Parabéns pelos dezoito anos, ...
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Um evento ... III
Abro a página das redes sociais, ... ao lado o telemóvel pisca o sinal de SMS efusivamente, ... uma série de comentários e felicitações para este dia, ... talvez deva responder um a um, ... é minha obrigação, ...
Cada mensagem, ...
cada olhar que conheço; ...
conheço cada um; ...
e de simples que sou, vos digo, ...
com um abraço do canto de cá, ...
obrigado a cada amigo, ...
obrigado a cada um.
"Gostastes?" pergunta a esposa... se gostei?...
Em especial, ... aos filhotes e á esposa, ... que não lhes pedi nem o tudo, nem o pouco, ... só o nada! Serem como são, ... já é a minha alegria, e viver, ... obrigado!
Cada mensagem, ...
cada olhar que conheço; ...
conheço cada um; ...
e de simples que sou, vos digo, ...
com um abraço do canto de cá, ...
obrigado a cada amigo, ...
obrigado a cada um.
"Gostastes?" pergunta a esposa... se gostei?...
Em especial, ... aos filhotes e á esposa, ... que não lhes pedi nem o tudo, nem o pouco, ... só o nada! Serem como são, ... já é a minha alegria, e viver, ... obrigado!
Um evento ... II
"Parabéns!" apertando a mão, e com um sorriso de orelha a orelha, dando a mão ao neto ...
"Obrigado, pai!"
(...)
"Parabéns!" beijando-me a face, e num semi abraço, ...
"Obrigado, mãe! ... e parabéns a vocês os dois, também!" respondi
(...)
"Para hoje, temos sopa grossa!" enquanto colocava a panela ao centro da mesa, borbulhando aromas, cores e legumes grosseiramente partidos, ...
O pequeno, sentado á testa da mesa, rapa o resto da sopa fervorosamente, ... deixa três ou quatro leguminosas e um caldito, ...
Os pais almoçam sorridentes, trocando afazeres da labuta das terras, ...
Sirvo duas conchadas, não vazias, mas cheias de sabor, ao acaso, ... cruzo olhares com o pequeno, brincando com marotice ...
"Hoje, é assim! Á lavrador, ... sopa grossa, um frango assado no forno da broa, salada de tomate com coentros, salada de pepino com broa, ... e fruta, ... tudo da nossa lavra!" conta-me o patriarca, deixando sobre a mesa umas maçãs, laranjas, kiwis, ...
"Quero maçã, pai!" diz o pequeno, ... retalho uma maçã-pêro, ... dou- lhe um quarto, que degusta com satisfação, ...
"Sabes cantar, ...?" pergunta a avó ao neto, ... "Sim!" já pronto e afinado, enquanto a matriarca tira um bolo do frigorífico: um pão-de-ló, recheado com doce de ovos, e coberto com chocolate; a loucura dos pequenos, ... e graúdos, ... "Oh mãe! Não era preciso!" ...
"Claro que era! E eles também gostam ..." interrompida pelas palmas do pequeno, que festeja ...
"Faz de conta que sopras!" enchendo os pulmões, e soprando atabalhoadamente sobre o bolo, ... "quero bolo, pu´l favo´l!" lambendo os lábios, ... lavra e descasca a camada do bolo, á velocidade da luz, ...
"Levo uma fatia para a filhota e para a esposa!" peço...
"Vamos a uma cafezada, para celebrar com o bolo!" bebo e fujo para mais meio dia de lavoura ...
"Pai! Que´lo mais bolo!"
"Obrigado, pai!"
(...)
"Parabéns!" beijando-me a face, e num semi abraço, ...
"Obrigado, mãe! ... e parabéns a vocês os dois, também!" respondi
(...)
"Para hoje, temos sopa grossa!" enquanto colocava a panela ao centro da mesa, borbulhando aromas, cores e legumes grosseiramente partidos, ...
O pequeno, sentado á testa da mesa, rapa o resto da sopa fervorosamente, ... deixa três ou quatro leguminosas e um caldito, ...
Os pais almoçam sorridentes, trocando afazeres da labuta das terras, ...
Sirvo duas conchadas, não vazias, mas cheias de sabor, ao acaso, ... cruzo olhares com o pequeno, brincando com marotice ...
"Hoje, é assim! Á lavrador, ... sopa grossa, um frango assado no forno da broa, salada de tomate com coentros, salada de pepino com broa, ... e fruta, ... tudo da nossa lavra!" conta-me o patriarca, deixando sobre a mesa umas maçãs, laranjas, kiwis, ...
"Quero maçã, pai!" diz o pequeno, ... retalho uma maçã-pêro, ... dou- lhe um quarto, que degusta com satisfação, ...
"Sabes cantar, ...?" pergunta a avó ao neto, ... "Sim!" já pronto e afinado, enquanto a matriarca tira um bolo do frigorífico: um pão-de-ló, recheado com doce de ovos, e coberto com chocolate; a loucura dos pequenos, ... e graúdos, ... "Oh mãe! Não era preciso!" ...
"Claro que era! E eles também gostam ..." interrompida pelas palmas do pequeno, que festeja ...
"Faz de conta que sopras!" enchendo os pulmões, e soprando atabalhoadamente sobre o bolo, ... "quero bolo, pu´l favo´l!" lambendo os lábios, ... lavra e descasca a camada do bolo, á velocidade da luz, ...
"Levo uma fatia para a filhota e para a esposa!" peço...
"Vamos a uma cafezada, para celebrar com o bolo!" bebo e fujo para mais meio dia de lavoura ...
"Pai! Que´lo mais bolo!"
Um evento...
Uma série de pancadas soltas, sinalizando alguém eventualmente aflito, precedido do chamamento: "Ditonysius!"... a esposa abana-me, levanto-me apressadamente, ... visto o que tenho á mão: uns jeans e uma t-shirt, ... corro para a porta descalço, cabelo emproado em alto relevo, olhos semi-cerrados ainda da intensidade do acordar da luz, ... três colegas de trabalho, ... "... sem problemas; Vou já!" calçando o que me surgia ao pé; problemas de expedição geral - 07:00 - "Venho já!" agarrando as chaves do escritório e do carro...
Voltei! ... algum agitar pela casa, ... a alegria do riso, ... o corricar de pés em meias, ... entro no quarto para retomar o sono que tinha deixado pendurado á almofada, tirando os jeans e a t-shirt ... e a surpresa!
Os filhotes na cama, ... cantam a música entusiasticamente, ... acedo a tamanha emoção, ... humedeço os olhos, ... uma beijoca aos dois e á esposa, ... coço-lhes a cabeça em sinal de gratidão.
"Senta-te!" diz a filhota colocando um enorme tabuleiro com serigrafias de morangos, ... ; seis bolinhos de côcô, alinhados paralelamente, junto a um galão morno e no ponto, numa caneca verde e laranja; ao canto superior esquerdo, um solo queque de chocolate, ... um breakfast in bed, ... partilhámos um belo pequeno-almoço.
"Ainda há mais! ... esta é minha, e esta do mano." disse-me a porta-voz do evento, sustentando dois embrulhos, ... "Ajudam-me a abrir?" acabado de dizer, embrulhos abertos... "Obrigado!" e um beijo de agradecimento á esposa e filhotes, ... momento de ternura, ... queima-mos o resto de tempo, antes de sair para o trabalho e escola...
"Preparei tudo mais a mãe! Tive a ideia! Gostaste?" no seu sentido de responsabilidade, ....
O amor prega-nos estas partidas, mesmo com esta idade... "Adorei!"
Voltei! ... algum agitar pela casa, ... a alegria do riso, ... o corricar de pés em meias, ... entro no quarto para retomar o sono que tinha deixado pendurado á almofada, tirando os jeans e a t-shirt ... e a surpresa!
Os filhotes na cama, ... cantam a música entusiasticamente, ... acedo a tamanha emoção, ... humedeço os olhos, ... uma beijoca aos dois e á esposa, ... coço-lhes a cabeça em sinal de gratidão.
"Senta-te!" diz a filhota colocando um enorme tabuleiro com serigrafias de morangos, ... ; seis bolinhos de côcô, alinhados paralelamente, junto a um galão morno e no ponto, numa caneca verde e laranja; ao canto superior esquerdo, um solo queque de chocolate, ... um breakfast in bed, ... partilhámos um belo pequeno-almoço.
"Ainda há mais! ... esta é minha, e esta do mano." disse-me a porta-voz do evento, sustentando dois embrulhos, ... "Ajudam-me a abrir?" acabado de dizer, embrulhos abertos... "Obrigado!" e um beijo de agradecimento á esposa e filhotes, ... momento de ternura, ... queima-mos o resto de tempo, antes de sair para o trabalho e escola...
"Preparei tudo mais a mãe! Tive a ideia! Gostaste?" no seu sentido de responsabilidade, ....
O amor prega-nos estas partidas, mesmo com esta idade... "Adorei!"
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Insólitos matinais...
Ahhhhh! Feriado!... Vou pôr este coirão, a descansar toda a santa manhã, e de tarde, se o descanso tiver sido insatisfatório e insuficientemente benéfico, vou lagartar...
"Olha! E se fôssemos ....?" perguntou inesperadamente, enquanto eu moderava o ultimo pensamento que tivera, sobre modos de incentivar o "não fazer nada" neste dia, e a forma de lhe tirar toda a restea de alento...
Realmente, é um bom partido! O tempo promete ser solarengo, e abafado, ... por isso vamos!
"Petiscamos algo em jeito de pic-nic, á fresca da mata; depois seguimos!" o consenso, o desejo e a oportunidade generalizou-se...
"Tenho uns calções á homem grande, para o pequeno; vão lhe ficar a matar!" vestindo o pequeno nums nano mini micro boxers, ... ele aproveita, e junta-se aos flashes da passerelle e faz a pôse, com as mãos á cintura, ostentando um delineado trapézio á super-homem... a filhota, um biquini, não ás bolinhas amarelas, mas de moçoila de 14, ... Jesus! Como eles crescem,...
Saco de brinquedos, de toalhas, de literatura, de lanche, de protector, chapeu de sol, á porta e a caminho do autocarro, ... bilhete carimbado, ... seguimos vestidos a preceito para a tarefa, ...
"... e para onde?" pergunta a esposa, em jeito de multipla resposta ...
"Heuuummmmmmm!, ... Vieira, Pedrogão ou S. Pedro!" por unanimidade fica S. Pedro, que é tipo canivete suiço, tem Mata Real, mesas, fresca, areia, mar, sol, espaço, estancionamento, ... ao longe uma barra de névoa.
Sítio escolhido, estiramos o estendal, ... os míudos impacientes atiram-se á areia como se não houvesse amanhã, ... "eles hoje levam a areia; amanhã levo eu o cimento, e entretanto fazemos umas obras!"
O solarengo dia, começa a ficar acachado por uma manta de enevoado, ...
Aproveita-se a tarde, á volta do chapeu de sol, das toalhas estendidas, dos brinquedos espalhados, ...
"Pai! Vamos á água?" pergunta a filhota impaciente, para o baptizmo, e abertura oficial dos banhos estivais ... seguimos para um lugar mais desimpedido de pequenas rochas subaquáticas, para não haver surpresas de ultima hora, ... e como acreditamos, zumba! de uma vez só, ... é fria a cair para gélida, mas enrigece a alma, ... "está espectacular, pai!" batendo os dentes de coragem, e não de frio, penso eu ...
... por mim sabe sempre bem, o salitre que tempera o coirão, a brisa salgada que limpa as narinas, ... acorremos ao refúgio onde abancámos, onde nos espera o pequeno estupefacto, e a mãe pronta a embrulhar, o corpo da filhota, ...
Decididamente, o tempo enevoado, força e empurra-nos para deixarmos a costa limpa, ... refazemos a trouxa, e deixamos, energeticamente contentes e animados o areal, ...
Definitivamente, tenho que admitir, habituar, e precaver que os insólitos matinais da esposa, tem boas soluções para preencher um dia de "não fazer nada" , ... repentinas, fulminantes e inesperadas, mas tem nota máxima, ...
"Olha! E se fôssemos ....?" perguntou inesperadamente, enquanto eu moderava o ultimo pensamento que tivera, sobre modos de incentivar o "não fazer nada" neste dia, e a forma de lhe tirar toda a restea de alento...
Realmente, é um bom partido! O tempo promete ser solarengo, e abafado, ... por isso vamos!
"Petiscamos algo em jeito de pic-nic, á fresca da mata; depois seguimos!" o consenso, o desejo e a oportunidade generalizou-se...
"Tenho uns calções á homem grande, para o pequeno; vão lhe ficar a matar!" vestindo o pequeno nums nano mini micro boxers, ... ele aproveita, e junta-se aos flashes da passerelle e faz a pôse, com as mãos á cintura, ostentando um delineado trapézio á super-homem... a filhota, um biquini, não ás bolinhas amarelas, mas de moçoila de 14, ... Jesus! Como eles crescem,...
Saco de brinquedos, de toalhas, de literatura, de lanche, de protector, chapeu de sol, á porta e a caminho do autocarro, ... bilhete carimbado, ... seguimos vestidos a preceito para a tarefa, ...
"... e para onde?" pergunta a esposa, em jeito de multipla resposta ...
"Heuuummmmmmm!, ... Vieira, Pedrogão ou S. Pedro!" por unanimidade fica S. Pedro, que é tipo canivete suiço, tem Mata Real, mesas, fresca, areia, mar, sol, espaço, estancionamento, ... ao longe uma barra de névoa.
Sítio escolhido, estiramos o estendal, ... os míudos impacientes atiram-se á areia como se não houvesse amanhã, ... "eles hoje levam a areia; amanhã levo eu o cimento, e entretanto fazemos umas obras!"
O solarengo dia, começa a ficar acachado por uma manta de enevoado, ...
Aproveita-se a tarde, á volta do chapeu de sol, das toalhas estendidas, dos brinquedos espalhados, ...
"Pai! Vamos á água?" pergunta a filhota impaciente, para o baptizmo, e abertura oficial dos banhos estivais ... seguimos para um lugar mais desimpedido de pequenas rochas subaquáticas, para não haver surpresas de ultima hora, ... e como acreditamos, zumba! de uma vez só, ... é fria a cair para gélida, mas enrigece a alma, ... "está espectacular, pai!" batendo os dentes de coragem, e não de frio, penso eu ...
... por mim sabe sempre bem, o salitre que tempera o coirão, a brisa salgada que limpa as narinas, ... acorremos ao refúgio onde abancámos, onde nos espera o pequeno estupefacto, e a mãe pronta a embrulhar, o corpo da filhota, ...
Decididamente, o tempo enevoado, força e empurra-nos para deixarmos a costa limpa, ... refazemos a trouxa, e deixamos, energeticamente contentes e animados o areal, ...
Definitivamente, tenho que admitir, habituar, e precaver que os insólitos matinais da esposa, tem boas soluções para preencher um dia de "não fazer nada" , ... repentinas, fulminantes e inesperadas, mas tem nota máxima, ...
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Encontro imediato espevitado...
..."e Deus criou o Domingo para o descanso" diz-me um colega de trabalho, ao final da Sexta-feira, remexendo o seu fartalhudo bigode...
Olhei para o relógio - 09:12 - ... "... vou buscar pão e já volto!" vestindo umas calças, uma qualquer sweat, calçando os chinelos e saindo com o sentido para o pão fresco mais próximo ... " São dois croissants simples, folhados, pouco queimados; e três natas!" ... preparei o resto do pequeno-almoço: leite, café, ´Quick, fiambre, queijo, manteiga, doce morango, ... o habitual, que passa ao lado de um pequeno-almoço imperialmente requintado, ... os pequenos já sentados aguardavam...
"Hum!", "Miamh!", "Nhack!"...
" E se fôssemos ..." irrompeu a esposa cativando o olhar, ... "o que achas? Vamos a tempo! E para mais é Domingo!"
Ordem dada, mais rápidamente executada; a super mulher estava em acção: filhos vestidos, mochila pronta, ... e eu ainda a ouvir o eco da palavra "Dooooomingoooooooooo"
"Vou só aprontar-me; barba, banho e siga!" olhando para todos já apareltados...
Uma hora e trinta depois, miúdos ainda desconfiados, sol abrasador, estancionamento garantido, ... seguimos a penantes, onde um edifício estacava nas docas a norte da margem do Tagus... gente mas não cheio, ... acessível.
Entramos; o pequeno contente e desconfiado seguiu-nos, ... a filhota vibrava "olha! ... ohhhh! ... e aquele!", ... as correrias sucediam-se de um cubículo para outro.
Os pequenos atingiram o pico da visita; houve alturas que os encontros imediatos de algum grau, foram atingidos, ... frente ao grande vidro concâvo... o momento ... não o mesmo que Michelangelo, após terminar o seu Moisés de mármore, ... mas o momento, o olhar, o estagnar perante tanta vida, ... guardo-o.
"Gostaram?" ... a alegre satisfação denuncia-os...
"O que fizeste hoje?" pedindo o sumário ao pequeno....
"Hummmm! Fui ao oceanário pai!" bela lembradura e bom espevitar mãe ...
Olhei para o relógio - 09:12 - ... "... vou buscar pão e já volto!" vestindo umas calças, uma qualquer sweat, calçando os chinelos e saindo com o sentido para o pão fresco mais próximo ... " São dois croissants simples, folhados, pouco queimados; e três natas!" ... preparei o resto do pequeno-almoço: leite, café, ´Quick, fiambre, queijo, manteiga, doce morango, ... o habitual, que passa ao lado de um pequeno-almoço imperialmente requintado, ... os pequenos já sentados aguardavam...
"Hum!", "Miamh!", "Nhack!"...
" E se fôssemos ..." irrompeu a esposa cativando o olhar, ... "o que achas? Vamos a tempo! E para mais é Domingo!"
Ordem dada, mais rápidamente executada; a super mulher estava em acção: filhos vestidos, mochila pronta, ... e eu ainda a ouvir o eco da palavra "Dooooomingoooooooooo"
"Vou só aprontar-me; barba, banho e siga!" olhando para todos já apareltados...
Uma hora e trinta depois, miúdos ainda desconfiados, sol abrasador, estancionamento garantido, ... seguimos a penantes, onde um edifício estacava nas docas a norte da margem do Tagus... gente mas não cheio, ... acessível.
Entramos; o pequeno contente e desconfiado seguiu-nos, ... a filhota vibrava "olha! ... ohhhh! ... e aquele!", ... as correrias sucediam-se de um cubículo para outro.
Os pequenos atingiram o pico da visita; houve alturas que os encontros imediatos de algum grau, foram atingidos, ... frente ao grande vidro concâvo... o momento ... não o mesmo que Michelangelo, após terminar o seu Moisés de mármore, ... mas o momento, o olhar, o estagnar perante tanta vida, ... guardo-o.
"Gostaram?" ... a alegre satisfação denuncia-os...
"O que fizeste hoje?" pedindo o sumário ao pequeno....
"Hummmm! Fui ao oceanário pai!" bela lembradura e bom espevitar mãe ...
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Fada dos dentes "express" II
"Pai! Mexeste num guardanapo, que estava aqui, sobre o móvel?" indicando a posição exacta, do dito, ...
"Sim! Um lenço de papel sujo! Está no lixo!"... calou-se, ... e quase emocionada, ... "Era o meu dente, pai!"
Ai que já fiz asneira, ... mas tentei fugir á culpa ... "Vocês deixam tudo espalhado, ... é o que acontece!"
Cabisbaixa, sentou-se ...
"Pai! ... e agora? Como vai a fada dos dentes, saber que me caiu outro dente?" ...segurando a cabeça entre as mãos de preocupação.... "Ela sabe, flhota; ela sabe!" confortei-a nas palavras....
"Vou-lhe escrever uma carta, a explicar a situação. Que achas?" animada, mas esperançada...
"Boa ideia! Mas escreve-lhe em pensamento, que já é tarde, e amanhã é dia de escola!" tentando dissuadí-la da tarefa do redigir, e valorisar no momento, o descanso ... "É rápido!" abrindo um bloco, e dedilhando uma caneta, ...
"Cara Fada dos Dentes: como já percebeu, caiu-me um dente: mas sem querer o meu pai, colocou-o no lixo. Por favor, aceita o bilhete, e faz com que ele veja o dente. Obrigado Fada dos Dentes!"
...
"Só o senhor para fazer tal atrocidade a uma criança!" disse-me a jovem que acabava de chegar ...
"Eu conheço-a! Esteve aqui á bem pouco tempo, numa recolha express!" disse-lhe frisando o olho, desconfiado ...
"Sou! E como vê, o senhor continua a empatar, dando conversa, e arrumando preciosidades para o lixo!" resmungava enquanto preenchia a ficha de levantamento, ...
"Assine aqui, ... aqui, ..., aqui, ... e aqui em triplicado!" apontando a caneta e o formulário, com uma aparência de lista telefónica, para as minhas mãos,...
"E porque, assino eu isto?" perguntei desfolhando aquelas setecentas e trinta e nove páginas e meia, ...
"É um termo de desreponsabilidade, por ter colocado o dente no lixo!" explicou ... "Tem mesmo o dom de empata não é?" colocando as mãos á cintura, em tom provocatório, ... assinei pronto, ...
"E agora? Vamos vasculhar o lixo?" ... declarei, ... erro meu, mais valia nem ter pensado ... vendo aqueles olhos piscos direccionados e semi cerrados, como se prontos a disparar uma salva de tiros ...
"Ainda por cima acha que tem graça! Antes de vir para aqui, estive meio-dia na lavoura da manicura!" ostentando os dedos das mãos, e as respectivas unhas, cada uma pintada com as sete cores do arco-iris...
"E para mais, não sabe o que assinou! O que lhe vale é a bondade da sua filhota, que lhe prescinde o acto do vasculhar! Tem sorte!" encolhendo os ombros, ... "A minha tarefa, por ora está cumprida! Voltaremos a ver-nos, ... quando chegar a hora do rapagão!" piscando o olho, sorrindo...
(...)
"Filhota! Acorda! ..., vamos para a escola!" sussurrei-lhe, ... levantou-se entre algum custo, bocejo, preguiça, e manhã dificil... levantou a almofada ...
"Ela esteve aqui, pai!"... repousava uma moeda e um chocolate.
"Sim! Um lenço de papel sujo! Está no lixo!"... calou-se, ... e quase emocionada, ... "Era o meu dente, pai!"
Ai que já fiz asneira, ... mas tentei fugir á culpa ... "Vocês deixam tudo espalhado, ... é o que acontece!"
Cabisbaixa, sentou-se ...
"Pai! ... e agora? Como vai a fada dos dentes, saber que me caiu outro dente?" ...segurando a cabeça entre as mãos de preocupação.... "Ela sabe, flhota; ela sabe!" confortei-a nas palavras....
"Vou-lhe escrever uma carta, a explicar a situação. Que achas?" animada, mas esperançada...
"Boa ideia! Mas escreve-lhe em pensamento, que já é tarde, e amanhã é dia de escola!" tentando dissuadí-la da tarefa do redigir, e valorisar no momento, o descanso ... "É rápido!" abrindo um bloco, e dedilhando uma caneta, ...
"Cara Fada dos Dentes: como já percebeu, caiu-me um dente: mas sem querer o meu pai, colocou-o no lixo. Por favor, aceita o bilhete, e faz com que ele veja o dente. Obrigado Fada dos Dentes!"
...
"Só o senhor para fazer tal atrocidade a uma criança!" disse-me a jovem que acabava de chegar ...
"Eu conheço-a! Esteve aqui á bem pouco tempo, numa recolha express!" disse-lhe frisando o olho, desconfiado ...
"Sou! E como vê, o senhor continua a empatar, dando conversa, e arrumando preciosidades para o lixo!" resmungava enquanto preenchia a ficha de levantamento, ...
"Assine aqui, ... aqui, ..., aqui, ... e aqui em triplicado!" apontando a caneta e o formulário, com uma aparência de lista telefónica, para as minhas mãos,...
"E porque, assino eu isto?" perguntei desfolhando aquelas setecentas e trinta e nove páginas e meia, ...
"É um termo de desreponsabilidade, por ter colocado o dente no lixo!" explicou ... "Tem mesmo o dom de empata não é?" colocando as mãos á cintura, em tom provocatório, ... assinei pronto, ...
"E agora? Vamos vasculhar o lixo?" ... declarei, ... erro meu, mais valia nem ter pensado ... vendo aqueles olhos piscos direccionados e semi cerrados, como se prontos a disparar uma salva de tiros ...
"Ainda por cima acha que tem graça! Antes de vir para aqui, estive meio-dia na lavoura da manicura!" ostentando os dedos das mãos, e as respectivas unhas, cada uma pintada com as sete cores do arco-iris...
"E para mais, não sabe o que assinou! O que lhe vale é a bondade da sua filhota, que lhe prescinde o acto do vasculhar! Tem sorte!" encolhendo os ombros, ... "A minha tarefa, por ora está cumprida! Voltaremos a ver-nos, ... quando chegar a hora do rapagão!" piscando o olho, sorrindo...
(...)
"Filhota! Acorda! ..., vamos para a escola!" sussurrei-lhe, ... levantou-se entre algum custo, bocejo, preguiça, e manhã dificil... levantou a almofada ...
"Ela esteve aqui, pai!"... repousava uma moeda e um chocolate.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Cantar desalmadamente ...
“Cantas uma música?” perguntei ao pequeno que impacientemente remexia nos seus brinquedos,
demonstrando estar já um pouco saturado e frustrado das tentativas sucessivas, de peças não encaixarem, ...
“Sim!” respondeu pronto, desligando da tarefa que labutava…
“O nosso galo é bom cantô´,
É bom cantô´, tem boa voz;
´Tá semp´e a cantal: có-có-ló, có-có-ló,
´Tá semp´e a cantal: có-có-ló, có-có."
Terminou, ... batemos palmas e ele também, e…
“Posso cantal out´a musecá?” sorridentemente animado, ...“Claro!”...
“Indo eu, … indo eu, …
A caminho de Viseu, …
Econt´ei o meu amô´l
Ai jezus, q´lá vou eu!, …. Ehhhhhhhh!” ... faz a festa, atira os foguetes, recolhe as canas, … e continua a dar ao pedal, …
“O nosso galo é bom cantô´, …”
Depois de uma sessão ao vivo, no backstage da sala, talvez seja melhor voltar ás brincadeiras das construções, senão o disco vai continuar riscado, …
“Posso cantal out´a vez? Posso, pai? … Pu´l favô´l!” …encarecidamente entrelaçando os dedos nas mãos,
em sinal de “please” desesperado, …
“Claro que podes, filhote!... e o que vais cantar?”
“Eummmmmmmhhhhh!,…” o reportório é longo, e a escolha difícil, …
“O nosso galo é bom cantô´, …”
Decididamente, o disco está mesmo riscado, ...
demonstrando estar já um pouco saturado e frustrado das tentativas sucessivas, de peças não encaixarem, ...
“Sim!” respondeu pronto, desligando da tarefa que labutava…
“O nosso galo é bom cantô´,
É bom cantô´, tem boa voz;
´Tá semp´e a cantal: có-có-ló, có-có-ló,
´Tá semp´e a cantal: có-có-ló, có-có."
Terminou, ... batemos palmas e ele também, e…
“Posso cantal out´a musecá?” sorridentemente animado, ...“Claro!”...
“Indo eu, … indo eu, …
A caminho de Viseu, …
Econt´ei o meu amô´l
Ai jezus, q´lá vou eu!, …. Ehhhhhhhh!” ... faz a festa, atira os foguetes, recolhe as canas, … e continua a dar ao pedal, …
“O nosso galo é bom cantô´, …”
Depois de uma sessão ao vivo, no backstage da sala, talvez seja melhor voltar ás brincadeiras das construções, senão o disco vai continuar riscado, …
“Posso cantal out´a vez? Posso, pai? … Pu´l favô´l!” …encarecidamente entrelaçando os dedos nas mãos,
em sinal de “please” desesperado, …
“Claro que podes, filhote!... e o que vais cantar?”
“Eummmmmmmhhhhh!,…” o reportório é longo, e a escolha difícil, …
“O nosso galo é bom cantô´, …”
Decididamente, o disco está mesmo riscado, ...
sábado, 15 de maio de 2010
Disco pedido...
"... e foi o tema: Desespero, chega para lá!, com o conjunto Maria Flurentina ..." dizia o radialista na sua calma passiva, ... a telefonia, colocada na cantareira, preenchia a cozinha, irrompida somente, pelo relógio de corda por cima da porta, ... no seu tic-tac!
"... se quer dedicar uma canção, ao seu mais que tudo, não hesite; telefone-me, responda ao meu preceito, e eu tocarei o seu disco pedido,..." continuava apelando calmamente, a um pedido fora do normal... é hoje!
Ganhei um pouco de coragem; calcei os tamancos de madeira; pus 25 tostões no bolso, e saí em direcção ao telefone público,...
Bati á porta do falecido, abriu-me a viúva "Bom dia! Que desejas?" medindo o meu ar meio campónio meigo de apresentação, ... "...era para fazer uma chamada!" ... confirmou abrindo a porta, "Está ali no corredor! Sabes o número?" ... acenei com a cabeça, "Muito bem! Vai lá fazer a tua chamada!"
Levantei o auscultador, e o som mostrava estar em pleno funcionamento, ... desembrulhei o rasgão do papel do saco do lote, onde tinha apontado o número... e disquei, .... "tuuuuuuuut,...... tuuuuuuuut, ...... tuuuuuuuut," que eternidade...
"Está lá?" irrompeu uma voz feminina....
"Estou! ... É dos Discos pedidos?" perguntei...
"É sim! Só um momento que vou passar a sua chamada!"
"..." ouvia-se uns ruídos "..." estáticos de fundo, "..." compassados, "..." eram os impulsos! ... de repente mudou o tom:
"Bom dia! ... e com quem, e de onde é este nosso ouvinte, com quem tenho o prazer de estar a falar?" disse o radialista já em directo na sua emissão semanal....
" .... Bom dia! Sou o rapaz da aldeia, ex-seminarista!" balbuciei envergonhado
"E que idade tem o rapaz da aldeia, que nos liga de tão longe, julgo eu?"
"Acabei de ser homem! Faço a barba uma vez por semana, e a tropa disse que não precisava de mim!"
"E então qual o seu pedido, e a quem o dedica?" ... enchi-me de coragem...
"... é para uma moça da aldeia vizinha, mas estuda na cidade! E tem uns olhos côr de amêndoa mel, que raiam de verde ao Sol... e queria dedicar-lhe a cancão Gostas de Mim, do conjunto Corridinho do Amor!" ... pronto... já está, ... espero que ela esteja a ouvir...
"Sim senhor! Belíssimo tema, que escolheu, ... talvez o mais belo da edição de hoje! ... e então qual a frase de hoje?" ...
Qual frase, ... ? ... deixa cá ver, ... talvez seja "Comer bem, e bem comer, dá saúde e faz crescer qualquer coisa!" disse...
"Exacto! Muito obrigado pela sua participação, e esperemos que a moça esteja neste momento a ouvir! Um muito obrigado e já sabe, todos os Domingos ..."
"... desculpe! Posso interromper?"
"Diga! Sr. Ouvinte?" ...
"... queria pedir-lhe que dedicasse depois mais um tema! ... , aos meus amigos, que estão a ouvir, ... e eu sei que sim, e eles sabem quem são, ... uns afastados pela escola, outros pelo trabalho, ou pelas necessidades da vida! Pode ser um daqueles temas que vem de fora e que seja da moda, que se ouve nos bailaricos..."
"Não sei se será possível, ..." disse-me ... "Anoto o seu pedido! Vou falar com o patrão desta estação!" despachando-me ...
Misteriosamente cai a ligação, ... pouso o auscultador ..."Quanto lhe devo?" digo á víuva, que tece um macramé, numa toalha de cozinha, ... "... são dez reis!" concertando os óculos....
"Deixo-os aqui no pecejé!"
(...)
"Patrão! Que faço a este pedido? Arquivo-o ou realizo-o?" ...
"Toca primeiro o tema á moça! Que ela já está á espera ... depois toca este tema que vem de fora e que está na moda! ... Acabei do receber de um amigo da Serra que é pastor!"
"... se quer dedicar uma canção, ao seu mais que tudo, não hesite; telefone-me, responda ao meu preceito, e eu tocarei o seu disco pedido,..." continuava apelando calmamente, a um pedido fora do normal... é hoje!
Ganhei um pouco de coragem; calcei os tamancos de madeira; pus 25 tostões no bolso, e saí em direcção ao telefone público,...
Bati á porta do falecido, abriu-me a viúva "Bom dia! Que desejas?" medindo o meu ar meio campónio meigo de apresentação, ... "...era para fazer uma chamada!" ... confirmou abrindo a porta, "Está ali no corredor! Sabes o número?" ... acenei com a cabeça, "Muito bem! Vai lá fazer a tua chamada!"
Levantei o auscultador, e o som mostrava estar em pleno funcionamento, ... desembrulhei o rasgão do papel do saco do lote, onde tinha apontado o número... e disquei, .... "tuuuuuuuut,...... tuuuuuuuut, ...... tuuuuuuuut," que eternidade...
"Está lá?" irrompeu uma voz feminina....
"Estou! ... É dos Discos pedidos?" perguntei...
"É sim! Só um momento que vou passar a sua chamada!"
"..." ouvia-se uns ruídos "..." estáticos de fundo, "..." compassados, "..." eram os impulsos! ... de repente mudou o tom:
"Bom dia! ... e com quem, e de onde é este nosso ouvinte, com quem tenho o prazer de estar a falar?" disse o radialista já em directo na sua emissão semanal....
" .... Bom dia! Sou o rapaz da aldeia, ex-seminarista!" balbuciei envergonhado
"E que idade tem o rapaz da aldeia, que nos liga de tão longe, julgo eu?"
"Acabei de ser homem! Faço a barba uma vez por semana, e a tropa disse que não precisava de mim!"
"E então qual o seu pedido, e a quem o dedica?" ... enchi-me de coragem...
"... é para uma moça da aldeia vizinha, mas estuda na cidade! E tem uns olhos côr de amêndoa mel, que raiam de verde ao Sol... e queria dedicar-lhe a cancão Gostas de Mim, do conjunto Corridinho do Amor!" ... pronto... já está, ... espero que ela esteja a ouvir...
"Sim senhor! Belíssimo tema, que escolheu, ... talvez o mais belo da edição de hoje! ... e então qual a frase de hoje?" ...
Qual frase, ... ? ... deixa cá ver, ... talvez seja "Comer bem, e bem comer, dá saúde e faz crescer qualquer coisa!" disse...
"Exacto! Muito obrigado pela sua participação, e esperemos que a moça esteja neste momento a ouvir! Um muito obrigado e já sabe, todos os Domingos ..."
"... desculpe! Posso interromper?"
"Diga! Sr. Ouvinte?" ...
"... queria pedir-lhe que dedicasse depois mais um tema! ... , aos meus amigos, que estão a ouvir, ... e eu sei que sim, e eles sabem quem são, ... uns afastados pela escola, outros pelo trabalho, ou pelas necessidades da vida! Pode ser um daqueles temas que vem de fora e que seja da moda, que se ouve nos bailaricos..."
"Não sei se será possível, ..." disse-me ... "Anoto o seu pedido! Vou falar com o patrão desta estação!" despachando-me ...
Misteriosamente cai a ligação, ... pouso o auscultador ..."Quanto lhe devo?" digo á víuva, que tece um macramé, numa toalha de cozinha, ... "... são dez reis!" concertando os óculos....
"Deixo-os aqui no pecejé!"
(...)
"Patrão! Que faço a este pedido? Arquivo-o ou realizo-o?" ...
"Toca primeiro o tema á moça! Que ela já está á espera ... depois toca este tema que vem de fora e que está na moda! ... Acabei do receber de um amigo da Serra que é pastor!"
sexta-feira, 14 de maio de 2010
"Sinhor" de Branco
O bombardeamento diário dos mass média, é assustador, …
Até o repetitivo me faz sentir que, há novas formas de tortura, …
“É pátima!” diz o filhote com o indicador estirado, para a “caixa mágica”…
“O quê?” digo despercebido… “Páfima, pai! Olha!” repete …
Olho para o televisor, … o sketch da cobertura do canal público, com um não sei quanto de profissionais,
e directos in loco, seguindo todos os passos nano-milimétricos da visita Papal a Portugal.
“É Fá-ti-ma!” soletro compassadamente “Fá-pi-ma!” repete…
“Não! Olha para os lábios do pai; fá-ti-ma! Agora tu!” … “Pá-fi-ma” não está fácil…
“Novamente: Fá … Ti … Ma” gesticulando os lábios compulsivamente… “Repete!”
“Fá-tima!” já encarreirado na dicção… “Boa!” e abracei-o… comemorou sem noção…
…
Partilho o momento de relaxamento e lagartagem do sofá, e troco umas páginas dum pequeno livro
de capas e páginas duras, que elucida sobre o Natal; o professor continua a sua palestra:
“Heeum! A p´enda a casa ´vó! …
pai Natal p´endas, …
neve na ´ua, … zesus!”
… e vira de rompante a sua atenção para uma intervenção directa: o Papa!
“Olha! Sinh´ol de b´anco!... aliiii!” apontando novamente, … “É o Papa!” respondi-lhe,… enruga a fronte elevando as sobrancelhas; ... não entendeu, … mas no entanto intervem:
“Pá-fi-ma, pai!”
Até o repetitivo me faz sentir que, há novas formas de tortura, …
“É pátima!” diz o filhote com o indicador estirado, para a “caixa mágica”…
“O quê?” digo despercebido… “Páfima, pai! Olha!” repete …
Olho para o televisor, … o sketch da cobertura do canal público, com um não sei quanto de profissionais,
e directos in loco, seguindo todos os passos nano-milimétricos da visita Papal a Portugal.
“É Fá-ti-ma!” soletro compassadamente “Fá-pi-ma!” repete…
“Não! Olha para os lábios do pai; fá-ti-ma! Agora tu!” … “Pá-fi-ma” não está fácil…
“Novamente: Fá … Ti … Ma” gesticulando os lábios compulsivamente… “Repete!”
“Fá-tima!” já encarreirado na dicção… “Boa!” e abracei-o… comemorou sem noção…
…
Partilho o momento de relaxamento e lagartagem do sofá, e troco umas páginas dum pequeno livro
de capas e páginas duras, que elucida sobre o Natal; o professor continua a sua palestra:
“Heeum! A p´enda a casa ´vó! …
pai Natal p´endas, …
neve na ´ua, … zesus!”
… e vira de rompante a sua atenção para uma intervenção directa: o Papa!
“Olha! Sinh´ol de b´anco!... aliiii!” apontando novamente, … “É o Papa!” respondi-lhe,… enruga a fronte elevando as sobrancelhas; ... não entendeu, … mas no entanto intervem:
“Pá-fi-ma, pai!”
Crise ... inspiradora
È sabido, ou quer que se saiba, que a crise está instalada, …
Para complicar temos as cinzas, que não clarificam, nem simplificam o espaço éterio, …
O alento, aproveitou-se da situação, e vai disto … greve á inspiração, …
Já ouço a palavra de ordem: “Inspirados unidos, jamais serão vencidos”
… espera, … afinal há boas notícias, … neste trimestre houve um aumento do PIB, … somos o primeiro no espaço Europeu, … já sinto a afluência da inspiração imaginativa, …
ahhhhh! … falso alarme, … o aumento do IVA, e o novo imposto natalício, quebraram-me o poder cognitivo da musa inspiradora, …
… já lá vem o sindicato dos inspiradores …
Para complicar temos as cinzas, que não clarificam, nem simplificam o espaço éterio, …
O alento, aproveitou-se da situação, e vai disto … greve á inspiração, …
Já ouço a palavra de ordem: “Inspirados unidos, jamais serão vencidos”
… espera, … afinal há boas notícias, … neste trimestre houve um aumento do PIB, … somos o primeiro no espaço Europeu, … já sinto a afluência da inspiração imaginativa, …
ahhhhh! … falso alarme, … o aumento do IVA, e o novo imposto natalício, quebraram-me o poder cognitivo da musa inspiradora, …
… já lá vem o sindicato dos inspiradores …
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Fada dos dentes "express"
Chego do trabalho, … “Pai! Caiu-me este dente!” diz-me a filhota de boca aberta, mostrando a pequena cavidade, que suprimira um canino. “Ainda bem filha, … e doeu?”
“Não pai! Até foi engraçado! Estava a lanchar em casa do avô, a comer um pouco de pão e ,,,, zás!” relatou-me corajosamente, e sorrindo de bravura. Sorri para ela, encorajando-a. “Achas que a fada dos dentes, vai passar logo á noite…?” silenciou-me com a sua fantasia.
“Quem sabe filha! … quem sabe!”
A lida da casa quase terminada, roupa preparada para o afoito da manhã seguinte, … “noc, noc, noc!” pancadas secas e ritmadas, … quem será a estas horas, … 00:32, … vejo um vulto pela espia, … “quem é?” ninguém responde, … abro a porta muito lentamente, …
“Boa noite!” diz me a personagem, … “desculpe a hora tardia, … mas hoje tive uma sobrecarga de trabalho, … pffff!” A figura franzina, altura e meia, engalanada com sete saias, botas alentejanas ensebadas, casaco justinho tauromáquico harmoniosamente engalanado, e um gorro de malha com duas orelheiras entrançadas, remexia na sua pasta de tiracolo, tipo carteiro.
“Desculpe, … o que faz aqui? É sabido que não dou atenção a proclamadores de fé, vendedores ambulantes, ou intimidadores pedintes!” transmiti com alguma veemência polida.
“Já o atendo! Cada coisa a seu tempo, … deixe-me só encontrar…” dizia enquanto chafurdava dentro da bolsa. “Aqui está!” agarrando um papel vigorosamente…
…” e por esta ordem se faz saber , além da vontade do adquirente, que confisque, por fadiga do mesmo, sem qualquer oposição, a esta funcionária … bla bla bla!” lendo saltitando grande parte das linhas… “Espere!” interrompi “ quem precisa de tempo agora sou eu!” mudei o humor.
“Talvez não tenha começado bem, e o senhor tenha entendido mal.” declarou … “fui precipitada!”, estendendo a mão para um aperto…
“Sou a fada dos dentes!” … o quê? … deve ser para os apanhados,… só pode.
“Ouça cá, menina! Acha que tenho vagar da aturar? Se queria vender algo, era dizer logo e poupava o seu e o meu tempo!” em tom quase de rudeza e pouca delicadeza…
“Ai, ai, ai, ai, ai ! Reclamações não é comigo; eu sou do serviço expresso, e venho simplesmente fazer uma recolha a mando da sua filhota.” já também saturada da situação.
“Recolha de quê? Ainda ontem fiz a divisão da reciclagem!” elucidei
“Mau! Eu bem sabia que deviam ter telefonado, em caso de alguém ainda estar acordado!” já enfadada do mesmo, … “A recolha do dente caído da sua filhota!”
“Como sabe?” disse perplexo…
“Outra vez arroz? Oh! Homem! Eu sou a fada dos dentes, e as crianças pedem que recolha os seus dentes caídos, em troca de uma pequena lembrança!” talvez seja melhor falar com a filhota pensei, … “Não vale a pena! Ela pediu, e agora não há volta a dar! Com licença! Deixe-me prosseguir, que a minha vida não é manter conversas sem nexo; ainda tenho meio dia de lavoura pela frente, … tenho mais recolhas para fazer ainda hoje, se me entende!” avançou delicadamente numa passada e regressou instantaneamente noutra.
“Já está?” perguntei admirado, … “Já! O nosso serviço prima pela eficiência, e não pela tagarelice. Ela vai gostar! Deixe o almoço de amanhã sob o prato para não azedar, e vá deitar-se, que tudo tem o seu tempo.” fechei a porta, e segui para o repouso
“Pai, olha! Uma lembrança pelo dente”disse mostrando entusiasticamente uma moeda e um chocolate, … ela realmente esteve aqui …
“Não pai! Até foi engraçado! Estava a lanchar em casa do avô, a comer um pouco de pão e ,,,, zás!” relatou-me corajosamente, e sorrindo de bravura. Sorri para ela, encorajando-a. “Achas que a fada dos dentes, vai passar logo á noite…?” silenciou-me com a sua fantasia.
“Quem sabe filha! … quem sabe!”
A lida da casa quase terminada, roupa preparada para o afoito da manhã seguinte, … “noc, noc, noc!” pancadas secas e ritmadas, … quem será a estas horas, … 00:32, … vejo um vulto pela espia, … “quem é?” ninguém responde, … abro a porta muito lentamente, …
“Boa noite!” diz me a personagem, … “desculpe a hora tardia, … mas hoje tive uma sobrecarga de trabalho, … pffff!” A figura franzina, altura e meia, engalanada com sete saias, botas alentejanas ensebadas, casaco justinho tauromáquico harmoniosamente engalanado, e um gorro de malha com duas orelheiras entrançadas, remexia na sua pasta de tiracolo, tipo carteiro.
“Desculpe, … o que faz aqui? É sabido que não dou atenção a proclamadores de fé, vendedores ambulantes, ou intimidadores pedintes!” transmiti com alguma veemência polida.
“Já o atendo! Cada coisa a seu tempo, … deixe-me só encontrar…” dizia enquanto chafurdava dentro da bolsa. “Aqui está!” agarrando um papel vigorosamente…
…” e por esta ordem se faz saber , além da vontade do adquirente, que confisque, por fadiga do mesmo, sem qualquer oposição, a esta funcionária … bla bla bla!” lendo saltitando grande parte das linhas… “Espere!” interrompi “ quem precisa de tempo agora sou eu!” mudei o humor.
“Talvez não tenha começado bem, e o senhor tenha entendido mal.” declarou … “fui precipitada!”, estendendo a mão para um aperto…
“Sou a fada dos dentes!” … o quê? … deve ser para os apanhados,… só pode.
“Ouça cá, menina! Acha que tenho vagar da aturar? Se queria vender algo, era dizer logo e poupava o seu e o meu tempo!” em tom quase de rudeza e pouca delicadeza…
“Ai, ai, ai, ai, ai ! Reclamações não é comigo; eu sou do serviço expresso, e venho simplesmente fazer uma recolha a mando da sua filhota.” já também saturada da situação.
“Recolha de quê? Ainda ontem fiz a divisão da reciclagem!” elucidei
“Mau! Eu bem sabia que deviam ter telefonado, em caso de alguém ainda estar acordado!” já enfadada do mesmo, … “A recolha do dente caído da sua filhota!”
“Como sabe?” disse perplexo…
“Outra vez arroz? Oh! Homem! Eu sou a fada dos dentes, e as crianças pedem que recolha os seus dentes caídos, em troca de uma pequena lembrança!” talvez seja melhor falar com a filhota pensei, … “Não vale a pena! Ela pediu, e agora não há volta a dar! Com licença! Deixe-me prosseguir, que a minha vida não é manter conversas sem nexo; ainda tenho meio dia de lavoura pela frente, … tenho mais recolhas para fazer ainda hoje, se me entende!” avançou delicadamente numa passada e regressou instantaneamente noutra.
“Já está?” perguntei admirado, … “Já! O nosso serviço prima pela eficiência, e não pela tagarelice. Ela vai gostar! Deixe o almoço de amanhã sob o prato para não azedar, e vá deitar-se, que tudo tem o seu tempo.” fechei a porta, e segui para o repouso
“Pai, olha! Uma lembrança pelo dente”disse mostrando entusiasticamente uma moeda e um chocolate, … ela realmente esteve aqui …
terça-feira, 4 de maio de 2010
Impressionar a moça dos olhos amêndoa âmbar, ...
O braseiro reservado e vivo, aquecia o canto da casa, acompanhado da panela de ferro fundido que cozia o feijão manteiga e a carne gorda, e da gata preta, nesta hora borralheira. “Não mexas no lume, nem no brasido, para ver se consigo acabar a sopa a tempo do teu pai chegar…” recomenda a mãe, que começava a peneirar a farinha para tender a broa, “… mas mãe; preciso de brasas, para aquecer o ferro de engomar, para passar a camisa branca, que vou levar á missa no Domingo!”, … não voltou resposta do meio da atenção que mantinha sobre a fervura da massa, … “O forno já deve ter o lar branco; tira de lá duas ou três brasas! ... mas antes, vai a casa da prima Quitas, pedir-lhe crescente, que o nosso acabou.” disse ainda dedicada.
Saí á rua, … e palmilhei em direcção á casa rasteira de colmo, de cal branca e rematada de azul, … bati energeticamente á porta de madeira; “ Quem é?” ouvi, … “Sou eu prima Quitas, o seminarista!” o soalho rangeu e o fecho rodou, … o conjunto de tábuas pregadas e tisnadas, abriu lentamente, mostrando-me o seu recheio, … “O que queres?” perguntou-me a prima Quitas, que segurava a faca da cozinha, não fosse alguém aparecer que não fosse convidado, … “Minha mãe, mandou-me vir pedir emprestado, crescente, se tiver!” … virou-me as costas e seguiu em direcção á cantareira, … “Tenho aqui este! Um pouco seco, mas ainda cresce!” carregando com o polegar sobre a pequena massa crestada, que dormia numa pequena tigela, …”A minha mãe, depois devolve-lho! Obrigado!” agradeci, começando a retirar-me do arrebate, … “…mas o que fazes por aqui?” questionou-me, já eu me encontrava na beira do caminho, … “Vim ver uma moça da aldeia vizinha, que estuda na cidade, que vai assistir á missa de Domingo!” … silenciei o comentário, ao seu olhar, … “Boa sorte!” e fechou a porta.
Dei o crescente á mãe… misturou-lhe um pouco de água morna, e dedilhou-o lentamente, … fez uma cova na massa já peneirada e temperada com sal grosso, e derramou o crescente já liquefeito, … pousou a tigela sobre a mesa, … parou, … manteve a postura de quem recebe um sinal, … sibilou algumas palavras, … benzeu-se, … e atirou-se á massa, tendendo-a energeticamente, …
Agarrei o rodo, e roubei três ou quatro brasas, á boca do forno; … enfiei-as no ferro de engomar, e conservei-o sobre o descanso, … estendi a camisa sobre uma toalha que aguardava estirada sobre a mesa, … “Porquê tanto alarido?” irrompeu enquanto engomava os punhos, … “A moça da aldeia vizinha, que estuda na cidade, vem á missa Domingo, e queria levar a minha camisa branca, para a impressionar!” virei-me para o colarinho, … “E tu reparaste nela?”…
“Claro mãe! Ela tem uns olhos amêndoa âmbar, que raiam de verde quando aparece o Sol!” declarei cabisbaixo, importunado com o arrebitar do colarinho, … “Então vou falar com o Sr. Prior, para subires ao ambão, para ela ver a tua bela camisa domingueira”…
Aconchegou o alguidar de vidro com três mantas de retalhos, depois de ter marcado a amassadura com uma cruz; reservou o alguidar junto á lareira, … “precisa crescer!”
Pendurei a camisa no guarda fatos, ... confiante que ela irá reparar em mim, … tenho que começar a ler o jornal na taberna do Norte, para ir treinando a leitura em voz alta …
A sopa já repousava á beira da lareira, aguardando pelo patriarca, que chegaria da cerâmica… mesa posta, … a broa quente e a fome que aperta…
“Depois da ceia, vai levar o crescente á prima Quitas!” disse a mãe, … estou feito, … mais um questionário que vou ter de ouvir.
Saí á rua, … e palmilhei em direcção á casa rasteira de colmo, de cal branca e rematada de azul, … bati energeticamente á porta de madeira; “ Quem é?” ouvi, … “Sou eu prima Quitas, o seminarista!” o soalho rangeu e o fecho rodou, … o conjunto de tábuas pregadas e tisnadas, abriu lentamente, mostrando-me o seu recheio, … “O que queres?” perguntou-me a prima Quitas, que segurava a faca da cozinha, não fosse alguém aparecer que não fosse convidado, … “Minha mãe, mandou-me vir pedir emprestado, crescente, se tiver!” … virou-me as costas e seguiu em direcção á cantareira, … “Tenho aqui este! Um pouco seco, mas ainda cresce!” carregando com o polegar sobre a pequena massa crestada, que dormia numa pequena tigela, …”A minha mãe, depois devolve-lho! Obrigado!” agradeci, começando a retirar-me do arrebate, … “…mas o que fazes por aqui?” questionou-me, já eu me encontrava na beira do caminho, … “Vim ver uma moça da aldeia vizinha, que estuda na cidade, que vai assistir á missa de Domingo!” … silenciei o comentário, ao seu olhar, … “Boa sorte!” e fechou a porta.
Dei o crescente á mãe… misturou-lhe um pouco de água morna, e dedilhou-o lentamente, … fez uma cova na massa já peneirada e temperada com sal grosso, e derramou o crescente já liquefeito, … pousou a tigela sobre a mesa, … parou, … manteve a postura de quem recebe um sinal, … sibilou algumas palavras, … benzeu-se, … e atirou-se á massa, tendendo-a energeticamente, …
Agarrei o rodo, e roubei três ou quatro brasas, á boca do forno; … enfiei-as no ferro de engomar, e conservei-o sobre o descanso, … estendi a camisa sobre uma toalha que aguardava estirada sobre a mesa, … “Porquê tanto alarido?” irrompeu enquanto engomava os punhos, … “A moça da aldeia vizinha, que estuda na cidade, vem á missa Domingo, e queria levar a minha camisa branca, para a impressionar!” virei-me para o colarinho, … “E tu reparaste nela?”…
“Claro mãe! Ela tem uns olhos amêndoa âmbar, que raiam de verde quando aparece o Sol!” declarei cabisbaixo, importunado com o arrebitar do colarinho, … “Então vou falar com o Sr. Prior, para subires ao ambão, para ela ver a tua bela camisa domingueira”…
Aconchegou o alguidar de vidro com três mantas de retalhos, depois de ter marcado a amassadura com uma cruz; reservou o alguidar junto á lareira, … “precisa crescer!”
Pendurei a camisa no guarda fatos, ... confiante que ela irá reparar em mim, … tenho que começar a ler o jornal na taberna do Norte, para ir treinando a leitura em voz alta …
A sopa já repousava á beira da lareira, aguardando pelo patriarca, que chegaria da cerâmica… mesa posta, … a broa quente e a fome que aperta…
“Depois da ceia, vai levar o crescente á prima Quitas!” disse a mãe, … estou feito, … mais um questionário que vou ter de ouvir.
domingo, 2 de maio de 2010
O dom que as mães têem, ...
Os filhotes regozijaram neste dia: "Pai! Eu disse-te que era capaz, ... qualquer dia faço o almoço ou jantar!!" disse-me a filhota que tomava o pequeno almoço, acompanhada do pequeno, no tapete da sala: uma cabeça do Mickey (tm) e outra do Stitch (tm) serviam de canecas; duas torradas fartas e alarvamente besuntadas de Nutela (tm); ... "A mãe?" perguntei rindo-me aos seus grandes sorrisos achocolatados, "Está na cama a tomar o pequeno-almoço!" ripostou á golada do Stitch (tm)..."Já deste a prenda?" ... acenou "Falta só as flores que prometeste e ficaste de ir buscar!"
Despi rapidamente o equipamento do BTT num pé, e saí pronto no outro.
"Estão prontas?" perguntei á menina das flores, ... "Rosas vermelhas e esta verdura de fragância leve." Saí a voar, ...
"Meninos! Aqui está! Vão dar á mãe!" ... os dois seguem de mãos dadas para presentear a mãe... ouço o agradecimento.
Pelos vistos, na minha ausênca matinal de BTT, a manhã foi proveitosa e carinhosa, ... fico feliz.
"Para quem são as outras três flores, pai?" pergunta a filhota, ... "Para três outras mães: as avós!"
Felecidades bondosas mães ...
Despi rapidamente o equipamento do BTT num pé, e saí pronto no outro.
"Estão prontas?" perguntei á menina das flores, ... "Rosas vermelhas e esta verdura de fragância leve." Saí a voar, ...
"Meninos! Aqui está! Vão dar á mãe!" ... os dois seguem de mãos dadas para presentear a mãe... ouço o agradecimento.
Pelos vistos, na minha ausênca matinal de BTT, a manhã foi proveitosa e carinhosa, ... fico feliz.
"Para quem são as outras três flores, pai?" pergunta a filhota, ... "Para três outras mães: as avós!"
Felecidades bondosas mães ...
domingo, 25 de abril de 2010
Dúvida de ser lobita ...
“Pai! O que é um escuteiro?” … ai que já lá vem problemas, pela intercalação, … mais um desafio ás minhas experiências de vida, e á sabedoria dos diz que disse, …
“… bom, …ehhhh, … hummm, … deixa cá ver, …” talvez seja melhor engasgar-me, e mudar o assunto para tipo: olha uma estrela cadente! Deixar de pieguices e avança… testa suada, … como iniciar esta explicação, …
“Como sabes, existem pessoas, que nos protegem e salvam, no dia-a-dia: … os policias, os médicos, os bombeiros, … enfim muita gente” … o olhar dela mostrava-me que a lógica não enquadrava em lado nenhum, … é melhor abordar de outra forma.
“Espera! O que pensas que quer dizer escuteiro? Ou melhor, que palavra soa a escuteiro?” … dedito na boca, e olhar revirado de quem vê passar a estrela cadente! …”ehhhhhh!” … ser explicador de situações inóspitas que aparecem na vida das crianças, não é tarefa fácil; tenho de deixar de ler livros de jornalistas e historiadores conceituados, e passar a devorar o manual de várias edições: “Como responder a perguntas difíceis, para pais com pouco poder imaginativo para ludibriar os seus filhos”
“Escutar?” … isso, … “O saber escutar, quem está em perigo, quem precisa de um ombro amigo, quem precisa de ajuda, ouvir a natureza, … no fundo eles têm um lema: Estar alerta!” será que expliquei alguma coisa com nexo, … vou rematar com mais umas ideias: “… é ser polícia, bombeiro, médico, guarda-florestal, professor, astronauta, mecânico, jornalista, cantor, advogado, … numa só pessoa. Percebeste?” O silêncio reinou boquiaberto; penso que falhei no exame oral, … “Percebi mais ou menos, pai!” … ufa! Deu nota para passar, passei á tangente…
“Posso ir para os escuteiros?” … afinal a explicação deu frutos. “Claro! Se quiseres! Vamos falar com a mãe, e depois com os chefes do agrupamento, e tratar da tua entrada. Pode ser?” acedeu de satisfação, e continuou na sua calma tarefa, … penso que passei a mais um desafio, …
“Pai! O que é um advogado?” , … estou feito, o universo entrou em espiral, …vou consultar o meu amigo pastor, talvez me dê meia dúzia de directrizes, ...
P.S. - Promessa feita: a filhota é lobita, agora, ... auuuuuuuuuu!
“… bom, …ehhhh, … hummm, … deixa cá ver, …” talvez seja melhor engasgar-me, e mudar o assunto para tipo: olha uma estrela cadente! Deixar de pieguices e avança… testa suada, … como iniciar esta explicação, …
“Como sabes, existem pessoas, que nos protegem e salvam, no dia-a-dia: … os policias, os médicos, os bombeiros, … enfim muita gente” … o olhar dela mostrava-me que a lógica não enquadrava em lado nenhum, … é melhor abordar de outra forma.
“Espera! O que pensas que quer dizer escuteiro? Ou melhor, que palavra soa a escuteiro?” … dedito na boca, e olhar revirado de quem vê passar a estrela cadente! …”ehhhhhh!” … ser explicador de situações inóspitas que aparecem na vida das crianças, não é tarefa fácil; tenho de deixar de ler livros de jornalistas e historiadores conceituados, e passar a devorar o manual de várias edições: “Como responder a perguntas difíceis, para pais com pouco poder imaginativo para ludibriar os seus filhos”
“Escutar?” … isso, … “O saber escutar, quem está em perigo, quem precisa de um ombro amigo, quem precisa de ajuda, ouvir a natureza, … no fundo eles têm um lema: Estar alerta!” será que expliquei alguma coisa com nexo, … vou rematar com mais umas ideias: “… é ser polícia, bombeiro, médico, guarda-florestal, professor, astronauta, mecânico, jornalista, cantor, advogado, … numa só pessoa. Percebeste?” O silêncio reinou boquiaberto; penso que falhei no exame oral, … “Percebi mais ou menos, pai!” … ufa! Deu nota para passar, passei á tangente…
“Posso ir para os escuteiros?” … afinal a explicação deu frutos. “Claro! Se quiseres! Vamos falar com a mãe, e depois com os chefes do agrupamento, e tratar da tua entrada. Pode ser?” acedeu de satisfação, e continuou na sua calma tarefa, … penso que passei a mais um desafio, …
“Pai! O que é um advogado?” , … estou feito, o universo entrou em espiral, …vou consultar o meu amigo pastor, talvez me dê meia dúzia de directrizes, ...
P.S. - Promessa feita: a filhota é lobita, agora, ... auuuuuuuuuu!
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Um trajamento "crono - metrado"...
22:23
“… Vamos na direcção da Fonte Luminosa. Onde estás?” tentava informar-me no meio da algazarra de ruídos, que se sobrepunham …
“… Vou agora sair. Vou deitar os meninos, nos avós, e já nos encontramos.” Disse-lhe acalmando-a e percebendo a agitação que se interpunha …
23:02
O alaranjado da iluminação pública, mostrava um movimento ténue e afoito de um mar de cabeças movimentando-se como por instinto para um único ponto, que nem baratas tontas … os lugares permaneciam todos ocupados; nem uma réstia de espaço, para o meu bólide, …
“Então?” ligou-me de preocupação …
“Não está fácil! Está tudo ocupado, …” tentando conforta-la, por ainda ser cedo …
“Estou na Praça, a caminho da Rua Direita, … depois vamos falando …” e desligou que o ruído de fundo incomodava, no mãos-livres
23:19
Depois de 17 minutos de voltas e revoltas pela cidade, um sitio, apertado, longínquo, … mas um lugar… Moagem sentido Sé; … bússola, mapa, mochila, cantil, cajado, marmita, manteu, casaca, e siga, ou talvez mais simples: as Converse All Stars nos pés, a DSC R-1 a tiracolo, Hw6515 no bolso direito, as Red Tab justinhas, a Shirt One para resguardar o tronco, aliança no seu vizinho da mão esquerda, chave no bolso esquerdo, o Chrono Blue no pulso esquerdo:
23:21
Desloco-me para o ponto de encontro “junto á escadaria da Sé”. Calculo e designo um percurso mental, mais rápido e certo. Pouca correria pelas avenidas, algo que não se costuma vislumbrar a estas horas, … as gentes confluem para o mesmo ponto.
23:33
Esquina do Paço, vislumbro a Sé aquecida pela iluminaria, oponente demarcando a sua estatura e estatuto na parte histórica da cidade , … o obstáculo de atingir o meu propósito: os Capas Negras.
23:37
“Estou a sair da Rua Direita, em direcção á escadaria. E tu?” pergunta… Eu, … eu estou estagnado, … nem para a frente nem para trás… “… estou junto ao Farmácia, mas isto não dá motivos de vir a andar!” clamo entre uma dezena de Capas Negras, … “Vem cá ter se conseguires.” … olho em redor: intransponível, … a não ser que…; olho para o castelo, que vigia a cidade, … mais abaixo a ligação entre a parte alta e a parte baixa da cidade: um caminho pedonal, … mas o tempo urge. Olho para o senhor do tempo, …:
23:41
… recordo a táctica de guerra utilizada por alguns generais, como D. Nuno Alvares: o ataque surpresa pelos flancos laterais, … refaço todo o caminho pelo emaranhado de gente, … e depois de me sacudir das Capas Negras, ingresso numa marcha cronometrada pelo flanco da cidade; uma volta bem maior, mas espero ter um lugar de tribuna bem confortável, … avenida deserta abaixo, rua e ruela, pelo meio da solidão, … subo a ruela, do antigo acesso ao castelo, …. Começo a vislumbrar um sussurro de vozes, abafado pelas paredes calcárias e luminosas da Sé, …
23:56
O lugar da tribuna, permanecia desimpedido e intacto; açambarquei-me dele. Sobressaia o ramalhal estudantil, … empunhei a DSC R-1, … foquei e esperei pela magia dos trovadores a dissertar e a bradar trovas, acompanhados por instrumentos que muito prezo. Alguém pedia “silêncio, que se vai cantar o fado!”, mas a anarquia permanecia; não havia meio de pôr ordem na euforia estudantil, … pego no Hw6515, … digito o número da esposa, … “o número para o qual ligou, não se encontra disponível; tente mais tarde!”…
00:08
… nunca fui muito adepto do “Onde está o Wally?”, mas conseguia encontrar com alguma facilidade, a dita personagem; agora tinha atingido um nível bem difícil: não encontrava a minha esposa, no meio de tanta Capa Negra, e ainda por cima, não havia comunicações , … aguardemos…
… começavam a abeirar-se algumas pessoas á minha tribuna, … (palmas) afinal, cantam e não chega cá nada? Será possível? … a insonorização daquele espaço, de facto funciona: os estudantes absorvem toda a trova que pautava pelo ar.
00:17
Todo o meu esforço fora fútil; vim eu lá de trás do sol posto, dessa terra para lá do trás-lá-de-ontem, para ouvir o canto do fado e da trova da saudade, e … nada.
“… estou junto á portada central!”… desço ao seu encalço, … a bela manta de Capas Negras, tornava-se agora em farrapos, … já no meio das gentes, ouvia-se risadas, abraços e felicitações, … e ela lá estava, ostentando o seu traje estudantil, com a capa traçada, no sítio combinado, … “Gostastes?” perguntou, … para dizer a verdade, não se ouviu nada, … “foi engraçado!” desanimado, … mas superou, a experiência de a ver trajada com o seu propósito… beijei-a.
00:32
Deitar, … e se descansar este coirão, daqui a pouco, há mais, …
P.S. - A verdade verdadinha, é esta: nunca pensei um dia passar pela experiência de viver ao ritmo da série "24", ... é cá uma canceira
“… Vamos na direcção da Fonte Luminosa. Onde estás?” tentava informar-me no meio da algazarra de ruídos, que se sobrepunham …
“… Vou agora sair. Vou deitar os meninos, nos avós, e já nos encontramos.” Disse-lhe acalmando-a e percebendo a agitação que se interpunha …
23:02
O alaranjado da iluminação pública, mostrava um movimento ténue e afoito de um mar de cabeças movimentando-se como por instinto para um único ponto, que nem baratas tontas … os lugares permaneciam todos ocupados; nem uma réstia de espaço, para o meu bólide, …
“Então?” ligou-me de preocupação …
“Não está fácil! Está tudo ocupado, …” tentando conforta-la, por ainda ser cedo …
“Estou na Praça, a caminho da Rua Direita, … depois vamos falando …” e desligou que o ruído de fundo incomodava, no mãos-livres
23:19
Depois de 17 minutos de voltas e revoltas pela cidade, um sitio, apertado, longínquo, … mas um lugar… Moagem sentido Sé; … bússola, mapa, mochila, cantil, cajado, marmita, manteu, casaca, e siga, ou talvez mais simples: as Converse All Stars nos pés, a DSC R-1 a tiracolo, Hw6515 no bolso direito, as Red Tab justinhas, a Shirt One para resguardar o tronco, aliança no seu vizinho da mão esquerda, chave no bolso esquerdo, o Chrono Blue no pulso esquerdo:
23:21
Desloco-me para o ponto de encontro “junto á escadaria da Sé”. Calculo e designo um percurso mental, mais rápido e certo. Pouca correria pelas avenidas, algo que não se costuma vislumbrar a estas horas, … as gentes confluem para o mesmo ponto.
23:33
Esquina do Paço, vislumbro a Sé aquecida pela iluminaria, oponente demarcando a sua estatura e estatuto na parte histórica da cidade , … o obstáculo de atingir o meu propósito: os Capas Negras.
23:37
“Estou a sair da Rua Direita, em direcção á escadaria. E tu?” pergunta… Eu, … eu estou estagnado, … nem para a frente nem para trás… “… estou junto ao Farmácia, mas isto não dá motivos de vir a andar!” clamo entre uma dezena de Capas Negras, … “Vem cá ter se conseguires.” … olho em redor: intransponível, … a não ser que…; olho para o castelo, que vigia a cidade, … mais abaixo a ligação entre a parte alta e a parte baixa da cidade: um caminho pedonal, … mas o tempo urge. Olho para o senhor do tempo, …:
23:41
… recordo a táctica de guerra utilizada por alguns generais, como D. Nuno Alvares: o ataque surpresa pelos flancos laterais, … refaço todo o caminho pelo emaranhado de gente, … e depois de me sacudir das Capas Negras, ingresso numa marcha cronometrada pelo flanco da cidade; uma volta bem maior, mas espero ter um lugar de tribuna bem confortável, … avenida deserta abaixo, rua e ruela, pelo meio da solidão, … subo a ruela, do antigo acesso ao castelo, …. Começo a vislumbrar um sussurro de vozes, abafado pelas paredes calcárias e luminosas da Sé, …
23:56
O lugar da tribuna, permanecia desimpedido e intacto; açambarquei-me dele. Sobressaia o ramalhal estudantil, … empunhei a DSC R-1, … foquei e esperei pela magia dos trovadores a dissertar e a bradar trovas, acompanhados por instrumentos que muito prezo. Alguém pedia “silêncio, que se vai cantar o fado!”, mas a anarquia permanecia; não havia meio de pôr ordem na euforia estudantil, … pego no Hw6515, … digito o número da esposa, … “o número para o qual ligou, não se encontra disponível; tente mais tarde!”…
00:08
… nunca fui muito adepto do “Onde está o Wally?”, mas conseguia encontrar com alguma facilidade, a dita personagem; agora tinha atingido um nível bem difícil: não encontrava a minha esposa, no meio de tanta Capa Negra, e ainda por cima, não havia comunicações , … aguardemos…
… começavam a abeirar-se algumas pessoas á minha tribuna, … (palmas) afinal, cantam e não chega cá nada? Será possível? … a insonorização daquele espaço, de facto funciona: os estudantes absorvem toda a trova que pautava pelo ar.
00:17
Todo o meu esforço fora fútil; vim eu lá de trás do sol posto, dessa terra para lá do trás-lá-de-ontem, para ouvir o canto do fado e da trova da saudade, e … nada.
“… estou junto á portada central!”… desço ao seu encalço, … a bela manta de Capas Negras, tornava-se agora em farrapos, … já no meio das gentes, ouvia-se risadas, abraços e felicitações, … e ela lá estava, ostentando o seu traje estudantil, com a capa traçada, no sítio combinado, … “Gostastes?” perguntou, … para dizer a verdade, não se ouviu nada, … “foi engraçado!” desanimado, … mas superou, a experiência de a ver trajada com o seu propósito… beijei-a.
00:32
Deitar, … e se descansar este coirão, daqui a pouco, há mais, …
P.S. - A verdade verdadinha, é esta: nunca pensei um dia passar pela experiência de viver ao ritmo da série "24", ... é cá uma canceira
Subscrever:
Mensagens (Atom)