Eu sei que há dificuldade em tirar o coirão da cama, logo que o despertador berra desalmadamente, no seu posto madrugador.
A visão, ao confrontar-me com o espelho, é que na sua essência me ajuda a acordar.
Encho as duas palmas das mãos, bem cheias de água fria, e lanço-as á face ... faz-me recordar a rotina do avô Telo: ir á pia das vacas, molhar a face com dois dedos de água bem sacudidos, e seguir para a lavoura.
O acordar é instantâneo... mas no entanto algo não está no sítio.
Barba de quatro dias, reservo-a para Domingo antes da missa.
Uma inspecção corporal, ... tudo no sítio...
É a gadelha!
Não a consigo dominar; não sou rapaz de utilizar gel e afins, de modo a dominar e perfeccionar o penteado, com linha bleu. Sou mais tipo felino, molhar para controlar a rebeldia momentânea. Rego bem regado a tufa com água, e com as mãos, ajeito os fora do sítio; mesmo assim, surge sempre algum posto emissor pirata, com a sua antena de transmissão, lá bem no alto, que dificilmente consigo abafar.
Hoje é o dia! A confragem do travesseiro, deixou á solta a rebeldia; e cá estou eu com uma bela antena FM, enpiriquitada. "Tens o cabelo do avô, grosso e forte" diz o pai... a verdade é esta: tenho que ir ao barbeiro...
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