Carta a mim...


Vintage typewriter on desk

Carta a mim...

Espero que me encontre bem; o papel está em branco, há mais de um ano... outros estão amarrotados em branco, no canto da desinspiração. 

Dois mil e vinte e quatro, não lhe viu os dentes da motivação, do teclado, do vomitar de emoções, de memórias queridas, de lembranças doridas, de momentos vividos, de conquistas ganhas...

Foi um ano, com trezentos e sessenta e seis dias ocupados a montar, alagar, arquitectar, "desenesgar" este coirão, e perceber onde ele pousava...

Percebi que a falta, era voltar a escrever letra ante letra, palavra ante palavra, frase ante frase, texto ante texto, alinhavado como sei, sabendo que me sabe e faz sentir bem. 

Continuo a empanturrar-me com livros, na clarividência de enriquecer, alargando o conhecimento, a inteligência, o emocional... no fundo conhecer-me e amar. 

Polvilho os dias em doses "qb", com música sem padrão definido, em busca de novos sons, novas vibrações, novos ritmos, dinâmicas, abrindo o léxico musical a uma brisa que nos sossega apaixonadamente.

Continuo com as caminhadas "madrugais" acompanhado e confortado entre dois auscultadores, com musicas que acordam e planeiam os pensamentos, a organização do trabalho, das refeições, da lida da casa e da família... sempre ás 05:04 hh:mm, como determina este coirão.

Bem, e agora que a hora tarda, e o sono me ataca, publico-te assim em branco, para dar azo a continuar a remar neste mar.

Quando chegar a casa, voltarei a escrever-te... 

Bem haja deste faroleiro.

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