Chego do trabalho, … “Pai! Caiu-me este dente!” diz-me a filhota de boca aberta, mostrando a pequena cavidade, que suprimira um canino. “Ainda bem filha, … e doeu?”
“Não pai! Até foi engraçado! Estava a lanchar em casa do avô, a comer um pouco de pão e ,,,, zás!” relatou-me corajosamente, e sorrindo de bravura. Sorri para ela, encorajando-a. “Achas que a fada dos dentes, vai passar logo á noite…?” silenciou-me com a sua fantasia.
“Quem sabe filha! … quem sabe!”
A lida da casa quase terminada, roupa preparada para o afoito da manhã seguinte, … “noc, noc, noc!” pancadas secas e ritmadas, … quem será a estas horas, … 00:32, … vejo um vulto pela espia, … “quem é?” ninguém responde, … abro a porta muito lentamente, …
“Boa noite!” diz me a personagem, … “desculpe a hora tardia, … mas hoje tive uma sobrecarga de trabalho, … pffff!” A figura franzina, altura e meia, engalanada com sete saias, botas alentejanas ensebadas, casaco justinho tauromáquico harmoniosamente engalanado, e um gorro de malha com duas orelheiras entrançadas, remexia na sua pasta de tiracolo, tipo carteiro.
“Desculpe, … o que faz aqui? É sabido que não dou atenção a proclamadores de fé, vendedores ambulantes, ou intimidadores pedintes!” transmiti com alguma veemência polida.
“Já o atendo! Cada coisa a seu tempo, … deixe-me só encontrar…” dizia enquanto chafurdava dentro da bolsa. “Aqui está!” agarrando um papel vigorosamente…
…” e por esta ordem se faz saber , além da vontade do adquirente, que confisque, por fadiga do mesmo, sem qualquer oposição, a esta funcionária … bla bla bla!” lendo saltitando grande parte das linhas… “Espere!” interrompi “ quem precisa de tempo agora sou eu!” mudei o humor.
“Talvez não tenha começado bem, e o senhor tenha entendido mal.” declarou … “fui precipitada!”, estendendo a mão para um aperto…
“Sou a fada dos dentes!” … o quê? … deve ser para os apanhados,… só pode.
“Ouça cá, menina! Acha que tenho vagar da aturar? Se queria vender algo, era dizer logo e poupava o seu e o meu tempo!” em tom quase de rudeza e pouca delicadeza…
“Ai, ai, ai, ai, ai ! Reclamações não é comigo; eu sou do serviço expresso, e venho simplesmente fazer uma recolha a mando da sua filhota.” já também saturada da situação.
“Recolha de quê? Ainda ontem fiz a divisão da reciclagem!” elucidei
“Mau! Eu bem sabia que deviam ter telefonado, em caso de alguém ainda estar acordado!” já enfadada do mesmo, … “A recolha do dente caído da sua filhota!”
“Como sabe?” disse perplexo…
“Outra vez arroz? Oh! Homem! Eu sou a fada dos dentes, e as crianças pedem que recolha os seus dentes caídos, em troca de uma pequena lembrança!” talvez seja melhor falar com a filhota pensei, … “Não vale a pena! Ela pediu, e agora não há volta a dar! Com licença! Deixe-me prosseguir, que a minha vida não é manter conversas sem nexo; ainda tenho meio dia de lavoura pela frente, … tenho mais recolhas para fazer ainda hoje, se me entende!” avançou delicadamente numa passada e regressou instantaneamente noutra.
“Já está?” perguntei admirado, … “Já! O nosso serviço prima pela eficiência, e não pela tagarelice. Ela vai gostar! Deixe o almoço de amanhã sob o prato para não azedar, e vá deitar-se, que tudo tem o seu tempo.” fechei a porta, e segui para o repouso
“Pai, olha! Uma lembrança pelo dente”disse mostrando entusiasticamente uma moeda e um chocolate, … ela realmente esteve aqui …
“Não pai! Até foi engraçado! Estava a lanchar em casa do avô, a comer um pouco de pão e ,,,, zás!” relatou-me corajosamente, e sorrindo de bravura. Sorri para ela, encorajando-a. “Achas que a fada dos dentes, vai passar logo á noite…?” silenciou-me com a sua fantasia.
“Quem sabe filha! … quem sabe!”
A lida da casa quase terminada, roupa preparada para o afoito da manhã seguinte, … “noc, noc, noc!” pancadas secas e ritmadas, … quem será a estas horas, … 00:32, … vejo um vulto pela espia, … “quem é?” ninguém responde, … abro a porta muito lentamente, …
“Boa noite!” diz me a personagem, … “desculpe a hora tardia, … mas hoje tive uma sobrecarga de trabalho, … pffff!” A figura franzina, altura e meia, engalanada com sete saias, botas alentejanas ensebadas, casaco justinho tauromáquico harmoniosamente engalanado, e um gorro de malha com duas orelheiras entrançadas, remexia na sua pasta de tiracolo, tipo carteiro.
“Desculpe, … o que faz aqui? É sabido que não dou atenção a proclamadores de fé, vendedores ambulantes, ou intimidadores pedintes!” transmiti com alguma veemência polida.
“Já o atendo! Cada coisa a seu tempo, … deixe-me só encontrar…” dizia enquanto chafurdava dentro da bolsa. “Aqui está!” agarrando um papel vigorosamente…
…” e por esta ordem se faz saber , além da vontade do adquirente, que confisque, por fadiga do mesmo, sem qualquer oposição, a esta funcionária … bla bla bla!” lendo saltitando grande parte das linhas… “Espere!” interrompi “ quem precisa de tempo agora sou eu!” mudei o humor.
“Talvez não tenha começado bem, e o senhor tenha entendido mal.” declarou … “fui precipitada!”, estendendo a mão para um aperto…
“Sou a fada dos dentes!” … o quê? … deve ser para os apanhados,… só pode.
“Ouça cá, menina! Acha que tenho vagar da aturar? Se queria vender algo, era dizer logo e poupava o seu e o meu tempo!” em tom quase de rudeza e pouca delicadeza…
“Ai, ai, ai, ai, ai ! Reclamações não é comigo; eu sou do serviço expresso, e venho simplesmente fazer uma recolha a mando da sua filhota.” já também saturada da situação.
“Recolha de quê? Ainda ontem fiz a divisão da reciclagem!” elucidei
“Mau! Eu bem sabia que deviam ter telefonado, em caso de alguém ainda estar acordado!” já enfadada do mesmo, … “A recolha do dente caído da sua filhota!”
“Como sabe?” disse perplexo…
“Outra vez arroz? Oh! Homem! Eu sou a fada dos dentes, e as crianças pedem que recolha os seus dentes caídos, em troca de uma pequena lembrança!” talvez seja melhor falar com a filhota pensei, … “Não vale a pena! Ela pediu, e agora não há volta a dar! Com licença! Deixe-me prosseguir, que a minha vida não é manter conversas sem nexo; ainda tenho meio dia de lavoura pela frente, … tenho mais recolhas para fazer ainda hoje, se me entende!” avançou delicadamente numa passada e regressou instantaneamente noutra.
“Já está?” perguntei admirado, … “Já! O nosso serviço prima pela eficiência, e não pela tagarelice. Ela vai gostar! Deixe o almoço de amanhã sob o prato para não azedar, e vá deitar-se, que tudo tem o seu tempo.” fechei a porta, e segui para o repouso
“Pai, olha! Uma lembrança pelo dente”disse mostrando entusiasticamente uma moeda e um chocolate, … ela realmente esteve aqui …
Momento de leveza e imaginação e ai de nós se perdermos tais virtudes!
ResponderEliminarPois se as perdemos, sobra muito pouco.
No próximo dente da menina caído, indo a fada, será que pode dar meu endereço eletrònico a ela? Gostaria de um trabalho assim, só preciso emagrecer um pouquinho para facilitar o vôo...