O bombardeamento diário dos mass média, é assustador, …
Até o repetitivo me faz sentir que, há novas formas de tortura, …
“É pátima!” diz o filhote com o indicador estirado, para a “caixa mágica”…
“O quê?” digo despercebido… “Páfima, pai! Olha!” repete …
Olho para o televisor, … o sketch da cobertura do canal público, com um não sei quanto de profissionais,
e directos in loco, seguindo todos os passos nano-milimétricos da visita Papal a Portugal.
“É Fá-ti-ma!” soletro compassadamente “Fá-pi-ma!” repete…
“Não! Olha para os lábios do pai; fá-ti-ma! Agora tu!” … “Pá-fi-ma” não está fácil…
“Novamente: Fá … Ti … Ma” gesticulando os lábios compulsivamente… “Repete!”
“Fá-tima!” já encarreirado na dicção… “Boa!” e abracei-o… comemorou sem noção…
…
Partilho o momento de relaxamento e lagartagem do sofá, e troco umas páginas dum pequeno livro
de capas e páginas duras, que elucida sobre o Natal; o professor continua a sua palestra:
“Heeum! A p´enda a casa ´vó! …
pai Natal p´endas, …
neve na ´ua, … zesus!”
… e vira de rompante a sua atenção para uma intervenção directa: o Papa!
“Olha! Sinh´ol de b´anco!... aliiii!” apontando novamente, … “É o Papa!” respondi-lhe,… enruga a fronte elevando as sobrancelhas; ... não entendeu, … mas no entanto intervem:
“Pá-fi-ma, pai!”
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