Fui fazer o BI!
Parvo! O Cartão do Cidadão, se faz favor! Ou seja mais concretamente, renovar o BI; e eu a dar-lhe: acabou-se o BI! Bom fui terminar com o velho BI, plastificado, rectangularmente enorme, e amarelado, com um completo cadastro de identificação e a respectiva foto ”tipo passe”. Era bonito, vistoso e pouco prático. Com umas dimensões um pouco fora do vulgar, pois era necessário correr algumas lojas de marroquinaria, ou mesmo chinesas (que as lojas dos 300 acabaram), para poder efectuar os respectivos testes, para encontrar uma carteira com um compartimento à dimensão adequada do saudoso BI.
Esta transferência de poderes, em prol do Cartão do Cidadão, teve as suas consequências; Oh! Se teve. A carteira foi a primeira a sentir: além do BI, retirei o NIF (vulgo Numero de Identificação Fiscal), o NSS (Numero Segurança Social), o CEN (Cartão de Eleitor Nacional) e o CNS (Cartão Nacional de Saúde). Esvaziou quase na integra. E agora, como vou fazer para preencher o resto das bolsas? É que de uma assentada, foram logo 5 cartões. Cinco cartões! Tenho que me inscrever no cartão do MiniPreço, no do Intermarché, no do Jumbo, do Continente não porque já tenho, mas talvez o do Modelo porque esse do grupo não tenho. E pronto, perfaz os 5 cartões que tinha em défice na carteira (adicionando é claro o Cartão do Cidadão). Fico mais descansado, e a carteira volta a adquirir a espessura, e o peso antigo.
Mas nisto tudo, o que mais me impressionou, foi a questão burocrática. Não a sensação de preencher papéis, formulários, boletins e afins, e levar com carimbos disto e daquilo; contrariamente ao meu desejo/pesadelo, é tudo muito hi-tech: 3 gabinetes milimetricamente reduzidos, com três computadores e drivers/registadores quitados (gosto da calão) com objectiva de foto digital, leitores de impressão digital, e mesa com pen digital; mais uma secretária, com respectiva cadeira e funcionária pública incluída; e ainda espaço para uma cadeira para nos sentarmos e respondermos ao questionário de cadastro.
Numa escala de 9 a 10, correu razoável: "Sabe! é que estamos hoje precisamente a tomar contacto com este novo software! Peço desculpa pela demora! è que o sistema não está a funcionar nas melhores condições." Pareceu-me um epiteto inconcebível e mais que tudo, de nunca surgir de onde surgiu. Mas estamos em mudança: Peço desculpa pela demora? Onde estão as câmaras? Isto é para os apanhados do governo, ou estamos no Twilight zone (que saudades)?
O nosso primeiro anda mesmo decidido: é simplex para tudo e mais alguma coisa... Até para desculpas do sistema. Não levo a peito, e estão desculpados. "Porreiro pá!"
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