Nunca me dei ao trabalho de tentar perceber a utilidade dessa bela arte manual, que se humilha aos nossos pés, e que queima tempo, vagar, e jeito, … embora tendo uma disciplina de trabalhos manuais na telescola que abrangia a realização de um trabalho nesse campo, a tapeçaria. Nunca, porque não calhou. Conheço alguns modelos que sei identificar a olho nu, e por conhecimento de cultura geral, digamos: Arraiolos, Beiriz, Persa, Isfahan, de trapos (foi o que fiz na escola, e não terminei), artísticos, de lã, de ringue, de asfalto, de erva, de pétalas, de sisal, de palha, de capim, …
Em função de trabalho, desloquei-me a uma determinada empresa da zona, e ao percorrer os inevitáveis quilómetros de asfalto, eis que senão, me deparei com um novo tipo de tapete: o famoso suíço (alusão ao saboroso queijo alpino Suíço, que não tem nada a ver com a situação, a não ser a prestigiada forma). De um preto petróleo deslumbrante, de árduo trabalho manual, perícia de longos anos de passagem e engenho, rendilhado com figuras assimétricas, que proliferam astuciosamente escondidas pela … água … Sim! Água de tom mesclado, saturada de terra e brita, … Nunca fui á lua, satélite natural da Terra, embora sendo o sonho de qualquer criança, mas coloquei-me na altura precisa em que Neil Armstrong, olhou para a paisagem lunar, e certamente pensou: “Tanto buraco!”; ou quiçá um dos pilotos do “Rally Paris-Dakar”, ao enfrentar algumas das etapas do percurso, em solo africano: “Tanto buraco!”; … adiante. Qual prova de piloto de moto trial, que astuciosamente e estrategicamente, escolhe os melhores carreiros, passagens, pedras e pontos chave, para se equilibrar, com o objectivo de prosseguir e ganhar pontos, sem penalizações, assim eu me coloquei á cata de tentar passar e sobreviver ás crateras, e lagos daquele tapete suíço. Por acaso não houve penalizações, porque mudar um pneu á chuva, ou empenar uma jante, ou em ultimo caso escavacar a direcção, seria uma penalização que agradaria certamente a algumas entidades (alguém me disse existir uma ligação muito directa entre chuva, mecânicos, bate-chapas, seguradoras, autoridades e poder central: ou seja tipo um lobby). Penso eu estar preparado, definitivamente, com certificado utópico e tudo, para qualquer prova árdua de todo o terreno, tipo baja; mas prefiro manter-me pelas fases do BTT, com tudo a que tenho direito: lama, chuva, pó, buracos, … já estava a dissertar por outros single tracks.Espero que o tapete suíço, a curto prazo, seja resolvido; mas esse assunto, vai da vontade do lobby, para ver se a coisa está a lucrar ou não, ou melhor, se é preciso pedir mais chuva, e menos asfalto.
os buracos,...
ResponderEliminarcurioso que cada vez mais me desvio deles, estarei a melhorar da visão? é que antes só ouvi o estrondo do carro...
yayya
respondi-te...
abrazo serrano y europeo