quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Parabens ... pai
Riu-se e de olhar cristalino caminhou para casa; ... segui para o trabalho ... parabéns pai.
Timmmmmmmber ...
Os dilúvios, fazem destas coisas: constipação, maleitas da época, erosão e pinheiros para o chão, … é verdade, … uma linda falca de bica verde caída, ali no caminho, mesmo a dizer "levem-me levem-me". Fiquei surpreso confesso, mas infelizmente, também me calhou a desobstruir a serventia, … mas não vou culpar o governo, nem o proprietário do terreno, que basicamente é o estado, pois acabei por remover o bem caído, e aproveitei-me dele, … já arde e tudo. Foi trabalhoso, deu para aquecer a remover, vai aquecer para rasgar, e vai aquecer no recuperador, … maravilha. Ainda mandei admoestar o bem, mas como ninguém compareceu para o resgatar, … temos pena, mas podia ganhar bolor, e sobretudo pernas, … e ainda por cima alguém poderia ficar sentido, por ele me lesar, … então por conta e risco, e claro está pela ausência do dono, usurpei o bem. Peço desculpa aos outros contribuintes desta nação, mas outros contribuintes também vão usufruir do calorzinho deste bem … é a vida desta nação, e da maleita do tempo.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
A canzaria passa e o sono vai
A juntar ao ramalhete, a gata Kitty, anda ás turras com um dos namorados; é berros, é ai Jesus, é rosnares, … já tinha reparado que ela andava muito oferecida; é o que dá ser nova, solteira e desinibida sem relação assumida. Já lhe conheci três ou quatro felinos, que foram lá usurpar uma ração ao prato dela. Aqueles olhos azuis é que estragam tudo, “e os olhos em bico” … diz a filhota.
Há também um galo, que a meu ver deve de andar numa fase de alucinações; ao ligar a luz do meu wc, para ir dar vazão á força da natureza, julga ver o nascer esplendoroso do sol, e cacareja de peito inchado, despertando todos os habitantes deste modesto planeta. Mais alguns dias de vida, e entretanto fica apto para uma boa cabidela.
Ainda tenho as pegas, essas ladras, que depois do padeiro, sorrateiramente me roubam o pão da saca; e eu ainda tive o desplante de pedir justificações ao padeiro, por supostamente não ter deixado o pão na saca, mais valia ter ficado calado …
É a conspiração total, … “anda mas é tudo possuído” diz um primo.
Dilúvio ...
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Morcelada
Ao olhar para o desmanchador, recordei as andanças da vizinhança na matança: a azafama do combinar para a madrugada, por causa das moscas; matar o porco; chamusca-lo com carqueijas; raspá-lo com uma telha de canudo; escaldar a língua, focinheira e orelhas; pendurá-lo no chambaril e amanhar, para deixar a carne arrefecer, ficar seca e limpa; as mulheres lavam e ripam as tripas com vime, sal, limão e laranja, para tirar o farum; e no dia seguinte de madrugada, desmanchar, e preparar a jantarada. Tudo procedimentos, que nós na altura miúdos, emproados e despertos, assistíamos …
As mulheres á parte, preparam o recheio das morcelas, misturando no alguidar de vidro, sangue, alho, carne do véu, e especiarias diversas, com o arroz ou com a farinha; cortam a carne para as chouriças, misturando-a com colorau, vinho, alho, louro e um repouso de três dias; num tacho de barro, amiúda-se o coração, a cachola, o osso do peito, e um pouco de bofe, e leva-se ao lume com vinho, alho, colorau e louro; á lareira, junto á tachada ou fritada que coze lentamente, ferve o panelão para cozer as morcelas … “vamos lá ver se elas não se despem!” … o forno aproveitou o calor da fogueira para ser aquecido “tem que se tender o pão e a broa; não deixem destemperar o forno; se ele descai comemos o pão e a broa enqueijada!” … mais uma braçada de lenha: o lar ruboriza, e as paredes de preto que estavam, começam a desmaiar para o branco do calor que se acumula, … as tendeiras descansam junto ao lume, para a massa crescer … um monte de lenha verde, aguarda pela sua vez para defumar as chouriças e o presunto. A salgadeira começa a encher, entre camadas de sal grosso, e camadas de carne, … Numa taça, prepara-se uma massa com alho, colorau, pimenta branca, banha, louro e sal, e barra-se o presunto para se pôr a curar no defumadouro da chaminé …
Depois de tudo limpo e arrecadado, chamam-se os homens, para a bucha: prova-se a morcela, para ver se está salgada; enserta-se a broa quente e prova-se a fritada, que continua a cozer as miudezas; e agora que o tempo é muito, num tacho põem-se a carne gorda para fazer torresmos e banha, e ao lado prepara-se uma sopa rica de legumes, com a carne da cabeça … e finalmente cai a noite para a janta da família, …
Hoje, alguns procedimentos alteraram-se: “ já não se abusa nos temperos, por causa do colesterol” diz a tia … “carrega-se no botão, e sai logo tudo feito!” diz o pai … e hoje vejo que o sabor, é mesmo sem sabor, … falta mesmo uma pitada do outrora … bem que me sentia desensalado nestes repastos, … O primo trouxe uma pinga do Dão, do rol do gado caprino, “Cabriz”, tinto, rubi e leve, acabou por assentar que nem uma luva, … mas que belo convívio.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Queijo Suiço, lobby e Dakar
Em função de trabalho, desloquei-me a uma determinada empresa da zona, e ao percorrer os inevitáveis quilómetros de asfalto, eis que senão, me deparei com um novo tipo de tapete: o famoso suíço (alusão ao saboroso queijo alpino Suíço, que não tem nada a ver com a situação, a não ser a prestigiada forma). De um preto petróleo deslumbrante, de árduo trabalho manual, perícia de longos anos de passagem e engenho, rendilhado com figuras assimétricas, que proliferam astuciosamente escondidas pela … água … Sim! Água de tom mesclado, saturada de terra e brita, … Nunca fui á lua, satélite natural da Terra, embora sendo o sonho de qualquer criança, mas coloquei-me na altura precisa em que Neil Armstrong, olhou para a paisagem lunar, e certamente pensou: “Tanto buraco!”; ou quiçá um dos pilotos do “Rally Paris-Dakar”, ao enfrentar algumas das etapas do percurso, em solo africano: “Tanto buraco!”; … adiante. Qual prova de piloto de moto trial, que astuciosamente e estrategicamente, escolhe os melhores carreiros, passagens, pedras e pontos chave, para se equilibrar, com o objectivo de prosseguir e ganhar pontos, sem penalizações, assim eu me coloquei á cata de tentar passar e sobreviver ás crateras, e lagos daquele tapete suíço. Por acaso não houve penalizações, porque mudar um pneu á chuva, ou empenar uma jante, ou em ultimo caso escavacar a direcção, seria uma penalização que agradaria certamente a algumas entidades (alguém me disse existir uma ligação muito directa entre chuva, mecânicos, bate-chapas, seguradoras, autoridades e poder central: ou seja tipo um lobby). Penso eu estar preparado, definitivamente, com certificado utópico e tudo, para qualquer prova árdua de todo o terreno, tipo baja; mas prefiro manter-me pelas fases do BTT, com tudo a que tenho direito: lama, chuva, pó, buracos, … já estava a dissertar por outros single tracks.Espero que o tapete suíço, a curto prazo, seja resolvido; mas esse assunto, vai da vontade do lobby, para ver se a coisa está a lucrar ou não, ou melhor, se é preciso pedir mais chuva, e menos asfalto.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Recobro da inspiração...
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Ladies & Gentelmen …
Da minha parte, a entrada foi triunfal: entrei em conjunto com a esposa e filhotes, … que era o essencial, e o cerne da passagem de ano, … acabei por celebrar a janta com familiares, … e celebrar até a noite lhe dar, com a esposa e amigos.
Recordei-me como era a minha passagem de ano á vinte e tantos anos atrás: o aguardar moroso e estafante da meia-noite, que nunca mais chegava, para que no “arredeio” (largo cruzamento da rua dos meus pais) pudéssemos finalmente atear uma fogueira e juntar os vizinhos e familiares a dar as boas vindas ao novo ano; ouvir e ver o rebentar de foguetes, e um ou outro fogo de artifício (ahhhhhhhhhhhh! … ohhhhhhhhhhhh!); … acabar por nos deitarmos mais tarde; … nesse dia podia ver com os primos mais velhos um pouco de televisão, até mais tarde; mas a programação era a usual e mais que sabida: as meninas do “Crazy Horse” de Paris, e suas danças lascivas, nos seus contornos de marotice semi-nuas, com as suas lingeries mini micro nano reduzidas, mostrando um busto, tratado e cultivado com, … interesse e profissionalismo; foi a segunda vez que ouvi falar de fio dental, … para além do famoso, para o qual eu conhecia até então o uso, em higiene oral (novos tempos e modernices que se conjecturavam). A programação ser exclusiva do sector público, tinha as suas limitações; as opções de escolha eram reduzidas: o segundo canal, acabava patrioticamente cedo, dando-nos por exclusão de partes o show erótico das meninas. Éramos mesmo obrigados a ver ditas senhoras, … enfim.
De manhã, antes da transmissão directa da missa da Praça de S. Pedro, no Vaticano via Eurovision (e a sua emblemática ouverture do “Ode an die Freude”), costumava passar um filme de animação, realizado com a técnica de stop-motion; e é nestas alturas que mais precisamos dos especialistas em certas áreas, entre elas, o caso de Vasco Granja, para nos lembrar da dita curta-metragem, que contava a história da partida do ano velho (metaforicamente representado numa pessoa velha), e a chegada do ano novo (claro está representado num bebé, e os seus cueiros, …). Ando a tentar resgatar esta obra, mas sem sucesso; … que tristeza. Era só mesmo mais uma vez, senhores do canal público. Bom enquanto isso, para contrabalançar esta magoa e saudade infantil, vou vendo umas obras artísticas nacionais, de José Miguel Ribeiro, com a obra “A Suspeita”, e do abençoado Tim Burton, que teve o tino de ter criado o emblemático “Nightmare before Christmas”, … Viva… Eles andam aí, … com muita imaginação, … e ainda bem para quem gosta.
Bem, stop motion´s á parte, um bom ano para todos, ... e um abraço