"Mas que merda é esta?" bolçando o chão de carvalho ressequido, com uma enorme golfada de sangue...
“O que querias? O hábito empurra-nos para o desleixo!” calcando uma testa húmida e suada frieza … “Gertrudes! Gertrudes! Ajuda-me aqui! A força não chega para abater este intolerante!” clamando para um corredor vazio e ornamentado de papel parede descolado e esverdeado de flor lis …
O chão cedia ao bater temerário dos saltos, de uma dominadora impaciente …
“Força-o a estabilizar, enquanto acabo!” olhando para a assistente que se encaminhava para mim, arregaçando a sua meia manga, de braços do diâmetro de uma coxa … os meus olhos reviraram, ao infligir tamanha força, sobre os meus braços e peito … “ Aguenta-o firme!” As mãos enluvadas, forçaram para separar os queixos ...
O candeeiro cambaleava, numa dançante pálida luz que ia e vinha …
…”AAAAAAAArrrggggghhhh!” numa convulsão de dor, que me arrebatava os dedos dos pés, contorcendo as ponta das orelhas, e estirando cada naco de musculo … "Segura-o! É só pôr a alavanca, e ..." á medida que o frio inox, penetrava na carne, contrabalançava a angústia, a raiva, a dor ...
“Finalmente! Um queixal, … tiveste juízo rapaz! Larga-o Gertrudes! Já temos o que querias!” ostentando em contra luz, para um pedaço de marfim esmaltado, entre dedos … “este ainda é dos puros!”
Atirou-o para uma cuba de inox, enxaguou-o, e delicadamente seco, enfiou-o na sua bolsa escarlate. Beliscou-me as maçãs do rosto, cochichando ao ouvido … “finalmente! Uma espera longa, mas merecida!” sorrindo em tom de sarcasmo.
Ergui-me na maca … pus a mão aos queixos. “Quem é?”
“Não a reconheceste?” … cocei o cabelo, e o queixo novamente “Não!” ... aceito um copo de vinho … “Bochecha e engole! Purifica!”
“Não a reconheço!” bochecho engolindo o último trago do copo …
“Uma das … Fada dos Dentes!” tirando a bata … “Quando não caem a bem, saem a mal!”
Por ditonysius
Hum...
ResponderEliminarTambém acho dentistas, coisa medieval, por mais aparatos que tenham.
Gostei de ler .
é por isso que desde pequeno nunca gostei de ir ao dentista. Ainda me lembro de certa vez em que a minha mãe me levou ao dentista para arrancar um dente de leite em que 5 pessoas tiveram que me agarrar na cadeira e ainda consegui fazer voar o spray anestesista e parti-lo. Tive que levar a anestesia (injecção) sem spray anestésico.
ResponderEliminarQuerédo! Que horror... Eu usei aparelho aos 8 anos e ia ao dentista sozinha para a manutenção... Nunca tive medo... Mas se tivesse lido uma coisa destas nessa altura ninguém me apanhava lá!lol
ResponderEliminarNão estava à espera que surgisse a fada dos dentes, depois daquele aparato violento e tão real! Gostei!
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