terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A gata Pink...

A brisa convida, ... embalo o balouçar dum possível lagartar
O bafo persiste,... calor subjugante, interminável!
Os miúdos aproveitam o ar livre da sombra, brincando na calçada, nas suas carolices de ingenuidade.
O ronronar ressoa; abafa a interessante e incessante conversa de duas cigarras, a despique usual, a que estava atencioso! 
"Os pormenores são deixados ao acaso, dono?" disse-me lambedo a pata na calma usual, mas cocei a cabeça num gesto de não entender o interrogatório. 
"Refiro-me aos trabalhos que fiz!" alisando os bigodes, tentando responder á provável questão, agora esquecida... "Trouxe-te um rato, deixaste-o! Como tão pequeno era, trouxe uma pomba! Nada me disseste!" preguiçosa, estirou-se aliviando a pressão da conversa... Ergui-me da espreguiçadeira... 
"A lebre ..., a raposa, ... o cavalo, ... finalmente o urso, que até tropeçaste  nele." calou-se, ... aguçou a orelha, ... engoli um travo seco... voltei a recostar-me! "E tu que me deste! Um punhado de ração seca, uma tigela de leite, uma cama seca e quente... Nada que me conforte! Não faço frente a quem tu amas... Deixo-te!" Saltou num "plié" delicado... olhou-me mais uma vez, dando-me um desvanecer da sua figura felina! 
"Com quem falavas?" abordou acariciando-me o rosto, no seu vestido retro castanho e azul, padrão que define a silhueta feminina, recostando o calor dos seus seios, contra o meu peito... Beijou-me!
Mexi-lhe no cabelo preto, afastando o que lhe cobria o rosto, ... sussurrei-lhe ao ouvido 
"Era a Pink! Deixou-nos!"

1 comentário:

  1. mucho loco. gostei. os gatos sempre tiveram esse quê de independência.

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