Ao balcão, onde atendo a alegria, despacho o expediente geral da amizade e especialmente partilho, ou melhor, troco dois ou três dedos de experiências de vida, costuma abancar um cliente; de bigode não muito fartudo, mas sim farfalhudo, e se aprochega no encanto com o inicio de uma desgarrada:
“Oh meu caro amigo, se assim o posso dizer, passe-me lá este papel, para me pôr a mexer”
Boquiaberto, e não querendo ficar em pouco, prescrevo o pedido e remeto o troco:
“Oh caro amigo, e se assim o posso considerar, tome lá o papel, e vá trabalhar”
Remexe o bigode, … lança uma risada poética, e avança:
“Eu vou trabalhar, porque isso sei fazer, e não há outro remédio, se o quero receber”
“Se não o recebe, não é por crer, porque quem assim canta, um soldo devia ter” atesto.
A desgarrada do trovador, bem que poderia não parar, mas a rimada da vida tem que continuar, … despacho o cliente, … amanhã há mais…
trabalhar para o ter
ResponderEliminaramealhar
num rimar...
olha rimou :)
desejo meu soldo...
yaya
abrazos serranos