quinta-feira, 25 de março de 2010

O senhor que rima...

Ao balcão, onde atendo a alegria, despacho o expediente geral da amizade e especialmente partilho, ou melhor, troco dois ou três dedos de experiências de vida, costuma abancar um cliente; de bigode não muito fartudo, mas sim farfalhudo, e se aprochega no encanto com o inicio de uma desgarrada:
“Oh meu caro amigo, se assim o posso dizer, passe-me lá este papel, para me pôr a mexer”
Boquiaberto, e não querendo ficar em pouco, prescrevo o pedido e remeto o troco:
“Oh caro amigo, e se assim o posso considerar, tome lá o papel, e vá trabalhar”
Remexe o bigode, … lança uma risada poética, e avança:
“Eu vou trabalhar, porque isso sei fazer, e não há outro remédio, se o quero receber”
“Se não o recebe, não é por crer, porque quem assim canta, um soldo devia ter” atesto.
A desgarrada do trovador, bem que poderia não parar, mas a rimada da vida tem que continuar, … despacho o cliente, … amanhã há mais…

1 comentário:

  1. trabalhar para o ter
    amealhar
    num rimar...
    olha rimou :)

    desejo meu soldo...

    yaya

    abrazos serranos

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