No final do dia, mergulhando ja na noite por imposição do anoitecer antecipado, caminho sob a frouxa luz de sódio que ilumina a minha sombra... A rua permanece calma, ladeada pelo fumo dos casebres, um quintal deles, se tanto ... Ergue-se um pequeno nevoeiro doce, quente... O aroma, marina a penumbra, temperada com farrapos de erva doce, canela e cravinho... Sente-se o aconchegante cheiro do forno que guardou o calor durante a tarde, e é libertado ao final do dia ao retirar o produto do tender da massa.
Bolinho, pão de Deus, quem quer que seja, sabe bem! É a sua época... A mistura de especiarias, frutos secos, farinha, com o bracejar e lutar insessante do embrulhar desembrulhado da massa...
Tudo condiz, harmoniosamente, o tempo da levedura, o acachar, o tender, o aconchegar, e o libertar da alquimia de sabores, no abrir da tampa do forno! O não deixar descair do forno, tem a sua arte... A brancura do calor nas paredes, e do seu lar rubro, no ponto certo.
A prova chega, com um Abafado, Porto ou mesmo "com dentes" ...
Já não me recordava destas nostálgicas noites aromáticas!
ISTO É UM POEMA
ResponderEliminarDOS MELHORES!
"debulhar o trigo, fazer do trigo o milagre do pão" _ Milton Nascimento
Barbara
noites...
ResponderEliminarcom aromasõ tocar de uma criança
sentires...
pão por deus ou pelo diabo que tambem merece...
jaja
abrazo serrano