Desfiz hoje a barba... acontece por vezes, sem tempo, hora, dia, ou pedido marcado... nada de dias militarizados, para ostentar um rosto limpo. Fixo o espelho, olho o rapaz que está por traz de uma aparência viril, com três pelos no peito de homem feito, do fez a tropa sem lá pôr um pé, do faz-te um homem que a vida são trocos, do deixa as saias da tua mãe, do assume... cresceste!
Foi uma manhã, quase a volver para a tarde, ou á beira do almoço... ali perto. “Cortavas a barba ao teu pai! Não quero que ele vá assim! Está por lá muita gente. O que hão-de dizer.” ... A barba é daquelas que mais gosto: semeada rija, endurecida de cinza branco, com três dias de sabedoria de setenta anos... lixa os dedos só de roçar. Sente-se a vida no coçar. “É à tradicional?” procurando as lâminas de aço inox para apertar no aparelho de cortar as “ganfanas”, como dizia num rir mundano.
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