O Luar, perfurava a janela numa claridade silenciosa e incomodativa...
O ranger da cama, entoava no quarto esconso, em tom de espertina. ... o canastro retorcia de um para o outro lado, numa mística dança metamorfósica, ... ora estirado, ora fetal.
Os pelos eriçavam-se, por alguma frialdade da madrugada, que enchia silenciosamente a penumbra ... aconchego as cobertas.
O travesseiro lutava, para aconchegar a cachimónia... As unhas arranhavam os lençóis, numa desesperada fuga, tentando ancorar finalmente num descanso.
O zumbido subia gradualmente, entrando já no sonho, atormentando o sono.
"Desliga o despertador!" disse me ela, virando costas em conchinha.
"Arghhhhhh!" lancei um braço, para inibir o zumbido...
"Levanta-me esse coiro!" pensei eu, num entorpecido contorcer matinal, estalando e repondo as articulações do animal vertebrado.
5:40 hh:mm ... que noite de lua cheia.
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