“És um ordinário!” até podia ser outra coisa qualquer, mas no
momento, ajustou-se o nome a esta
característica, e fica por aqui. Fecho a tasca. Trocamos os bacalhaus que havia
para trocar. O motorista desaparece no nevoeiro que ganha forma. Arranco, e a
telefonia toca “thriller!” o ex-libris do dito rei da pop.
Chego a casa… sinto um rosnar interior.
No firmamento gélido, um alaranjado vivo envolto em penumbra
branca, … Começo a zonzear, algo se passa, … num instante, o corpo começa a alterar-se:
os braços, o rosto, o peito ficam cheios de pelos eriçados, os músculos contraem-se…
será a metamorfose da lua cheia? Fuck!
está um griso…
Pego no pimenteiro, e salpico freneticamente, o alaranjado,
para me precaver, qual água benta. Com garra firme, mergulho o pão torrado na
lua cheia, e dilacero que nem um carnívoro faminto … o pitéu sucumbe ao meu
ataque… inundo o resto da proteína albumen
branca com red sauce, … a transformação
termina. Tomo o antídoto: um tinto alentejano de reserva de 2006. O repasto está
consumado e a besta domada… acalmo o animal que há em mim … a fome!
Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!