sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"Hungry man" e uma Sexta-feira 13


“És um ordinário!” até podia ser outra coisa qualquer, mas no momento, ajustou-se o nome a esta característica, e fica por aqui. Fecho a tasca. Trocamos os bacalhaus que havia para trocar. O motorista desaparece no nevoeiro que ganha forma. Arranco, e a telefonia toca “thriller!” o ex-libris do dito rei da pop.
Chego a casa… sinto um rosnar interior.
No firmamento gélido, um alaranjado vivo envolto em penumbra branca, … Começo a zonzear, algo se passa, … num instante, o corpo começa a alterar-se: os braços, o rosto, o peito ficam cheios de pelos eriçados, os músculos contraem-se… será a metamorfose da lua cheia? Fuck! está um griso…
Pego no pimenteiro, e salpico freneticamente, o alaranjado, para me precaver, qual água benta. Com garra firme, mergulho o pão torrado na lua cheia, e dilacero que nem um carnívoro faminto … o pitéu sucumbe ao meu ataque… inundo o resto da proteína albumen branca com red sauce, … a transformação termina. Tomo o antídoto: um tinto alentejano de reserva de 2006. O repasto está consumado e a besta domada… acalmo o animal que há em mim … a fome!
Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Crise de crise!

12 passam das 7! O despertador, berra caracteristicamente o inicio de uma manhã, talvez normal! Que crise de sono! 
Uma pancada seca sobre o incomodo. Mais 2 minutos de dormitar!
Fuck! Adormeci... Não há crise! Apressar os herdeiros, já característico, ... leite, torradas, cereais, sumo de tangerina ... Absorção de petit-déjeuner, antes que haja uma crise de energia matinal!
Apesar da crise dos transportes escolares, os miúdos estão á porta da escola!
Chego ao trabalho: "bom dia!" Com um aperto de mão! Falam de crises antigas disto, e daquilo, e até da crise da cachola do Leovigildo, que bebeu até não haver amanhã, copos de vinho tinto pela passagem de ano...
O expediente é resolvido entre crises de provisão económica, e crises nervosas de hierarquia de organigrama! 
Bem! Pego em duas agulhas longas, dessa bela arte de palrar ... Tenho uma ponta solta na camisola, ... Um cliente conta-me a crise que atravessa, bla bla bla... E eu vou desfiando a camisola: a mãe, diz que a avó era tecedeira; herdei geneticamente o dom. Com isto tudo, de ouvir em confissão um cliente, ja fiz meia camisola! "Sim! Pois! Claro! Exacto!"
O patrão clama citações jornalísticas do matinal, sobre a crise que o país atravessa! 
A telefonia vomita a recente crise de valores na bolsa e combustíveis! Vou almoçar a pé
O estômago entra em colapso, ... uma crise de cólicas. O entendimento é generalizado, por um ou outro alimento. Uma sopa, pois o esturjão beluga e o seu precioso recheio, atravessa uma crise de existência. Fuck! 
Acabei a camisola, e a fome é a mesma de á pouco! 
A crise toca-nos, e temos que reaproveitar os recursos que temos á mão: lutei contra a crise! Fiz uma nova camisola! É o que alimenta o mundo.
Não há safa, nem vacina, nem imunidade possível... tenho que me atirar de cabeça para a crise!