segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Entrudo se faz favor...


Entendeu por bem, e afortunadamente que o mês de Fevereiro, celebrasse a festividade do Entrudo, … esse dia mascarado, que por mim, quase fica na gaveta, bem arrumado num dia que nada me diz, … agora.
Entre o pavonear de fatos de lantejoulas, "confetis", “matrafonas”, cabeçudos, serpentinas, carros alegóricos, criticas político-sociais, … e uma importação de uma tradição de além-mar, … defendo as raízes, muito obrigado!
Outrora, preparava este dia, atempadamente, … um dia, ou … umas horas antes, até, … na companhia dos comparsas das jogatanas . Vasculhar as arcas da roupa, encontrar as caracterizações mais estapafúrdias, preparar as “macetas” (varas de eucalipto ainda na promiscuidade da existência), os estalinhos, e … ir, pela noite de Entrudo, batendo de porta em porta, com o pregão na lábia em falsete: “tio, tio, dá um ´cadito de chouriço?”
Cada um aguardava, não ser descoberto debaixo do seu trajo … a galhofa era incessante, … palmilhávamos as estradas da terra, batendo a “maceta” apregoando o dia de terça-feira gorda. Cada lar, seu petisco em toalha posta á lavrador: vinho na jarra, Porto, água, e em algumas mais ricas, sumo da Sepol; chouriça e morcela assada, ossos do espinhaço e carne gorda cozida; sopa de feijão, laranjas, broa de milho ou pão caseiro, e numa ou outra bolo da peceira. Que regalo de petisco!
Conto aos filhotes esta tradição, entre aventuras e desventuras, sustos e gargalhadas, … supera-me a nostalgia da infância e da adolescência.