Entendeu por bem, e afortunadamente que o mês de Fevereiro, celebrasse
a festividade do Entrudo, … esse dia mascarado, que por mim, quase fica na
gaveta, bem arrumado num dia que nada me diz, … agora.
Entre o pavonear de fatos de lantejoulas, "confetis", “matrafonas”, cabeçudos, serpentinas, carros alegóricos, criticas
político-sociais, … e uma importação de uma tradição de além-mar, … defendo as
raízes, muito obrigado!
Outrora, preparava este dia, atempadamente, … um dia, ou …
umas horas antes, até, … na companhia dos comparsas das jogatanas . Vasculhar as arcas da roupa, encontrar as
caracterizações mais estapafúrdias, preparar as “macetas” (varas de eucalipto
ainda na promiscuidade da existência), os estalinhos, e … ir, pela noite de Entrudo,
batendo de porta em porta, com o pregão na lábia em falsete: “tio, tio, dá um
´cadito de chouriço?”
Cada um aguardava, não ser descoberto debaixo do seu trajo …
a galhofa era incessante, … palmilhávamos as estradas da terra, batendo a “maceta”
apregoando o dia de terça-feira gorda. Cada lar, seu petisco em toalha posta á
lavrador: vinho na jarra, Porto, água, e em algumas mais ricas, sumo da Sepol; chouriça e morcela assada, ossos
do espinhaço e carne gorda cozida; sopa de feijão, laranjas, broa de milho ou
pão caseiro, e numa ou outra bolo da peceira.
Que regalo de petisco!
Conto aos filhotes esta tradição, entre aventuras e desventuras,
sustos e gargalhadas, … supera-me a nostalgia da infância e da adolescência.